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Nº 5759
Opinião

Cultura e esperan�a

| EDUARDO BOMFIM * O Brasil é diverso. Grande é a sua variedade política, ecológica, cultural. Uma pluralidade que se distingue da maioria das nações do mundo, pela sua unicidade, quando se trata de identidade nacional. Toda e qualquer orientação cultu

Por | Edição do dia 13/01/2006 - Matéria atualizada em 13/01/2006 às 00h00

| EDUARDO BOMFIM * O Brasil é diverso. Grande é a sua variedade política, ecológica, cultural. Uma pluralidade que se distingue da maioria das nações do mundo, pela sua unicidade, quando se trata de identidade nacional. Toda e qualquer orientação cultural central deve levar em consideração uma estratégia de fortalecimento destas características, o que passa necessariamente pelo fortalecimento das instituições estaduais, municipais, públicas ou privadas, que representam as raízes, as constâncias e as transformações de uma região. Destas surgem as simbioses que provocam uma arte viva, inquieta, original, contemporânea. E da quantidade acorda a qualidade. Apesar do aumento do grau de colonização a que somos submetidos anos após anos, jamais sucumbimos em nosso processo civilizatório miscigenado e na busca permanente de nossas originalidades. Queiram ou não os refratários, o povo brasileiro possui alto grau de nacionalidade, de afeto a sua integridade territorial, apesar da pouca instrução da maioria deserdada. São qualidades preciosas, jamais defeitos. O patriotismo e a solidariedade internacional não se constituem em coisas incompatíveis. Em lugar algum, os trabalhadores, uma nação, promoveram transformações sociais profundas, desligados da causa nacional em confronto aos interesses dos grandes impérios. Nos tempos atuais, essa peleja vem se tornado cada vez mais aguda. Porém, o militante político, o cidadão consciente, o universo da cultura, precisa aprofundar a compreensão, a sensibilidade, o conhecimento mais íntimo da sociedade brasileira. A contribuição dos marxistas é imprescindível neste processo amplo e plural. Assim como dos crentes de todas as religiões, dos agnósticos etc. Pela causa da verdadeira independência nacional e a solução das degradantes condições de vida dos pobres da nossa terra, temos a clareza de que, nestes tempos, andamos duvidosos, cambaleantes. Há uma desesperança no ar em determinados segmentos sociais. No entanto, não nos cabe o direito ao desespero. Não se trata de “fé cega ou faca amolada”. Mas de perspectiva histórica, em uma nação que possui estatura continental, ecológica, energética, minérios estratégicos, indústria complexa, agricultura de alta tecnologia. E, sobretudo, um povo extraordinário, capaz de suportar as injustiças, sobreviver de restos e esperanças, sem perder a alma, mantendo a sua originalidade. (*) É advogado e secretário estadual de Cultura

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