Opinião
Bang-Bang - Editorial

Hollywood, com uma avassaladora produção cinematográfica dedicada ao nicho western, deixou para sempre gravadas imagens como as diligências sendo inapelavelmente assaltadas ao cruzarem o velho oeste americano. Nos filmes, uma das poucas chances de se frustrar a ação dos salteadores era a contratação de pistoleiros para escolta. Pelas cenas que assistimos hoje em Alagoas, com ônibus sendo inapelavelmente assaltados, parece que velho oeste americano se instalou por aqui ? sem o humor do ?Bang-Bang? da novela global. A realidade alagoana nas estradas é muito trágica, por sinal. Entre os muitos exemplos dessa tragédia, podemos identificar como emblemático a tentativa de assalto (resultante em morte) contra um ônibus que conduzia funcionários da Petrobrás. Neste episódio doloroso, um trabalhador perdeu a vida e a vida de outros foram salvas graças à coragem e o heroísmo das próprias vítimas, particularmente merecendo as maiores homenagens o motorista Hailton Avelino dos Santos, cuja vida foi sacrificada ao ousar enfrentar os bandidos, destroçando-lhes a armadilha montada. Graças a coragem e iniciativa de outras duas pessoas, que lhe substituíram ao volante, os demais foram salvos. Todos viveram momentos de grande risco e terror. Seria esse um final feliz? Nem feliz, nem final, pois o perigo segue presente nas estradas alagoanas, enquanto as autoridades continuam sem oferecer respostas adequadas a tão deplorável situação. A cobrança de soluções deve ser dirigida a todos os níveis ? municípios, Estado e União ? afinal, sem uma ação coordenada entre todas as polícias nada poderá ser feito. Se não for assim, qual a solução? Contratar pistoleiros como escolta, ao estilo do velho faroeste? Em que ponto chegaremos com toda essa situação caótica?