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Nº 5759
Opinião

N�meros cadentes - Editorial

Decresceu, em 2005, o número de empregos criados (com carteira assinada), segundo informações do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego. Pelos números oficiais, o ano de 2004 registrou 1,52 milhão de novos empregos com carteira assinada, enquanto 2005 cra

Por | Edição do dia 21/01/2006 - Matéria atualizada em 21/01/2006 às 00h00

Decresceu, em 2005, o número de empregos criados (com carteira assinada), segundo informações do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego. Pelos números oficiais, o ano de 2004 registrou 1,52 milhão de novos empregos com carteira assinada, enquanto 2005 cravou 1,25 milhão. Respondendo a esses inflexíveis números, o ministro do Trabalho Luiz Marinho (ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores) cuidou de alinhar sua fala com a voz da oposição e culpou a alta taxa de juros imposta pelo Banco Central pelo baque. Sem dúvida que a pesada taxa de juros praticada no Brasil – a mais alta em todo o mundo – é responsável pelo acanhamento das empresas no item oferta de emprego. Mas é simplismo acreditar que toda a responsabilidade cabe à malfadada Taxa Selic. Na verdade, o juro crudelíssimo inibe todos os tipos de investimentos, inclusive os destinados a criação (direta e/ou indireta) de novos empregos, mas outros obstáculos igualmente fazem abortar novos postos de trabalho. A altíssima carga tributária (peso particularmente exorbitante no tocante aos tributos previdenciários) e a legislação trabalhista superada igualmente funcionam como poderosos inibidores do nascimento de vagas remuneradas através de carteira assinada. Certamente, sem carteira assinada, muitos novos empregos têm sido criados, e salvaguardados, ao arrepio da legislação vigente. Para avançar verdadeiramente na criação de postos de trabalho será necessário mais do que baixar a Taxa Selic. Para responder coerentemente a essa demanda da sociedade, será necessário baixar os juros, reduzir a carga tributária e modernizar a legislação trabalhista – ingredientes mínimos para crescer o bolo do desenvolvimento econômico e social – sem isso, seguiremos amargando insuficientes números de novos empregos criados a cada ano.

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