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Nº 5759
Opinião

Sem defesa - Editorial

Aos 29 anos de idade, anteontem, mais um ciclista foi atropelado e morto em Maceió. Segundo os registros oficiais do Instituto Médico Legal (IML) foi o quarto óbito neste ano de 2006. O acidente ocorreu na Via Expressa, Tabuleiro do Martins, enquanto a ví

Por | Edição do dia 16/02/2006 - Matéria atualizada em 16/02/2006 às 00h00

Aos 29 anos de idade, anteontem, mais um ciclista foi atropelado e morto em Maceió. Segundo os registros oficiais do Instituto Médico Legal (IML) foi o quarto óbito neste ano de 2006. O acidente ocorreu na Via Expressa, Tabuleiro do Martins, enquanto a vítima pedalava rumo ao trabalho; ao lado do corpo ficaram estiradas no asfalto a bolsa com roupas e demais objetos pessoais necessários a quem passa o dia no batente. É forçoso reconhecer a inexistência de faixas específicas para ciclistas e/ou quaisquer outras atenções àqueles que pedalam ou caminham em Maceió. Por mais de uma vez, os editoriais da Gazeta retornaram a este ponto: não existe esforço, nenhuma ação significativa, das autoridades no sentido de reconhecer a pedestres e ciclistas seus direitos mínimos à cidadania urbana. Até nas áreas nas quais foram destinados trechos de pista (nas calçadas, nunca nas rodovias) para os ciclistas esses mesmos trechos são misturados – pela prática corrente e falta de fiscalização – ao uso comum de pedestres e até mesmo como pontos fixos de ambulantes. No fim e ao cabo, nem mesmo as ciclovias (destinadas a lazer e esporte, e não ao trânsito para trabalho) funcionam corretamente. “Pedalantes” e “caminhantes” seguem entregues à própria sorte, posto não encontrarem guarida em ciclovias ou passeios públicos dignos destes nomes. E têm muita sorte, pois pelos enormes riscos cotidianos – testemunhados por todos, a todas as horas de todos os dias, em Maceió – o número de acidentes é muito pequeno, diante do total abandono público a essas futuras vítimas. Sinalização e faixas para ciclistas; sinalização, calçadas e faixas para pedestres são iniciativas urgentes a se implementar usando a criatividade comprovada dos técnicos da prefeitura e do governo do Estado. Não se pode mais ficar a esperar amanhãs, pois os riscos ululantes são obviamente fatais.

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