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Nº 5759
Opinião

�lcool e fumo

| Humberto Martins* Incontáveis são os males provocados pelo alcoolismo e pelo fumo. O alcoolismo torna de alto risco ou inutiliza a vida de milhões de indivíduos, enquanto o fumo causa danos irreversíveis à saúde. Mas no Brasil e na maior parte das naçõ

Por | Edição do dia 31/01/2006 - Matéria atualizada em 31/01/2006 às 00h00

| Humberto Martins* Incontáveis são os males provocados pelo alcoolismo e pelo fumo. O alcoolismo torna de alto risco ou inutiliza a vida de milhões de indivíduos, enquanto o fumo causa danos irreversíveis à saúde. Mas no Brasil e na maior parte das nações o combate ao fumo é sistemático, enquanto pouco se faz contra o alcoolismo. Poder-se-ia atribuir esse descompasso à influência do poder econômico dos produtores, comerciantes e veiculadores de publicidade de bebidas alcoólicas. Acontece que a força econômica dos que vivem do fumo também é muito acentuada, sem que seja suficiente, entretanto, para inibir a permanente campanha antitabagista. O fato é que o crescente número de brasileiros mergulhados no vício do alcoolismo é, sem dúvida, um dos males da nossa época, agravando os graves problemas sociais provocados pelo pauperismo, pelo subemprego e pelos baixos salários. Estudo apresentado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), na Conferência Panamericana de Políticas Públicas, no fim do ano passado, em Brasília, estima em 19 milhões os brasileiros dependentes do álcool. Eles se prejudicam, atribulam a vida de suas famílias, apresentam irregularidades na prestação dos serviços que tentam exercer, provocam acidentes e incidentes sem conta e sobrecarregam os números negativos da medicina pública e da previdência oficial. Desde o início da década de 70 do século passado, o consumo de álcool aumentou no Brasil 70%, situando nosso País como o 25º numa escala entre os maiores atingidos pelo problema, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Brasileiros e latino-americanos bebem 5,3 litros de álcool, em média, anualmente, enquanto europeus e asiáticos consomem 9,3. Mas com a livre propaganda de bebidas alcoólicas que ocorre entre nós, em todos os horários, é possível que esses números se acentuem ainda mais. Outro aspecto preocupante, no Brasil, é que as pessoas começam a beber cada vez mais cedo. A legislação que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores não é cumprida na maior parte das oportunidades. Esse é um tema sobre o qual o Executivo, o Congresso, o Judiciário, o Ministério Público e todas as demais instituições que têm parcela de responsabilidade sobre a condução do País deviam considerar prioritariamente. O álcool e o fumo são vícios que afetam a saúde física e psíquica dos usuários como também da sociedade, pois acarretam gastos incalculáveis na política de saúde pública, além de refletir efeitos negativos nos orçamentos oficiais. (*) É desembargador do TJ/AL.

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