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Nº 5812
Opinião

Alma do tempo

PASCHOAL SAVASTANO * François Mitterrand, reeleito pelo povo francês, em passado não distante, governou a pátria da cultura e dos grandes sonhos durante intensos catorze anos. Conduziu sua histórica missão com a bandeira do socialismo que tinha como lege

Por | Edição do dia 18/05/2002 - Matéria atualizada em 18/05/2002 às 00h00

PASCHOAL SAVASTANO * François Mitterrand, reeleito pelo povo francês, em passado não distante, governou a pátria da cultura e dos grandes sonhos durante intensos catorze anos. Conduziu sua histórica missão com a bandeira do socialismo que tinha como legendário símbolo uma rosa vermelha. Mitterrand era um estadista obstinado, vocacionado para os grandes desafios. Com fervorosa determinação, consolidou seu projeto de transformações. Tinha paixão pelo poder, cultivava a paz e amava a história. Ampliou a sedução de suas idéias e se tornou um exemplo de participação política. A grande marca de sua atuação de estadista foi plantar as bases da união européia. Atualmente tornada realidade inclusive com o advento da moeda única – o euro. Em seu período, colocou a França na vanguarda do cenário das Nações e assegurou reconhecida credibilidade ao brilho de seu pensamento. Ao falecer, os franceses desfilaram com rosas vermelhas pelas avenidas, beijando a imagem de seu retrato. Todos entoaram uma velha canção “O tempo das cerejas”, uma página de recordações que fala das expectativas dos dias felizes, da primavera e das eternas esperanças. Os princípios da liberdade e da igualdade continuam a reger os destinos dos homens. Integram os preceitos maiores dos países civilizados. Segundo Norberto Bobbio, o poder está estreitamente associado à liberdade. Cada um de nós, no campo das ações louváveis, terá tanto mais poder quanto mais liberdade tiver. Os pensadores políticos italianos reconheciam como iluminadas as pessoas inflamadas pelo amor à igualdade. A alma das instituições alimenta a substancial convicção deste princípio, indispensável às diversas vertentes dos anseios da coletividade. O pluralismo político ajuda a eficácia da crítica, proporciona a reavaliação das idéias e comporta-mentos. Essa amplitude se revela importante para os projetos das transformações e absorve melhor os apelos da conjuntura social em cada momento histórico. A sociedade reconhece as mudanças que superaram as adversidades do passado e promoveram os ajustes de uma realidade melhor para todos. O mundo passou a ter consciência da importância dessa luta e reage contra as aventuras que podem tornar incertos seus próximos horizontes. (*) É ADVOGADO [email protected]

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