Opinião
�gua protegida - Editorial

Cada vez mais é uma questão de primeira necessidade a vigilância sobre as fontes de água potável. Essa é uma preocupação que ganhou realce no final do século XX, quando muitos estudiosos chegaram a prognosticar a posse de mananciais d?água como um dos objetos de desejo internacional neste século XXI, interesse este que poderia descambar até em agressões entre países, provocando conflitos graves e até guerras. Exageros à parte, é consenso ser a água um elemento vital em processo de escassez ? o que pode causar seríssimos problemas para o mundo. Alagoas pode ser incluída na lista dos estados brasileiros que pouca consideração têm para com suas reservas de água potável. A utilização dos rios e lagoas como esgotos a céu aberto é a prova do histórico pecado cometido contra a região que já foi rotulada de ?Paraíso das Águas? e ainda hoje padece do apodrecido riacho Salgadinho a cortar impunemente o centro da capital do Estado, como numa comprovação da ignorância, do descaso e da falta de responsabilidade pública. Alagoas precisa mudar essa imagem e casos como o do recente vazamento do tanque de vinhaça de uma usina (comprometendo o abastecimento de água potável para cerca de 700 mil pessoas) devem ser usados como exemplo. Corrigir erros desta natureza é exigência sobre a qual não se pode permitir nenhuma condescendência, nenhuma conciliação. Alagoas ainda tem todas as condições de salvar boa parte de suas reservas de água potável e de restaurar outra boa parte de mananciais hoje poluídos. Para isto, é necessário ? em primeiro lugar ? a intensificação de uma rigorosa política de fiscalização das condições ambientais dos aqüíferos e suas áreas de segurança ambiental. E, sem mais delongas, precisamos planejar e executar projetos ousados de recuperação e preservação dos ecossistemas alagoanos.