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Nº 5759
Opinião

Mudan�as no ensino fundamental

| José Medeiros * Quem acessa dados sobre o Censo Escolar de 1998 tem a informação de que cerca de 36 milhões de estudantes estão matriculados nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental. Mas existem diferenças entre a situação dessas escolas:

Por | Edição do dia 15/02/2006 - Matéria atualizada em 15/02/2006 às 00h00

| José Medeiros * Quem acessa dados sobre o Censo Escolar de 1998 tem a informação de que cerca de 36 milhões de estudantes estão matriculados nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental. Mas existem diferenças entre a situação dessas escolas: há estabelecimentos bem aparelhados com laboratórios de ciência e de informática e há escolinhas bem pobres, em regiões distantes, que muitas vezes não dispõem de luz elétrica, água de boa qualidade ou rede de esgotos. Por isso é tão difícil legislar, nacionalmente, sobre mudanças no ensino e alcançar, com rapidez, todos os setores em níveis estadual e municipal. A novidade do momento é o projeto do governo federal que amplia o período do ensino fundamental, incluindo uma série a mais; ou seja: o ensino fundamental passa de oito para nove anos. Assim, essa etapa da educação terá início aos 6 anos e não mais aos 7, como é agora. Aliás, o Brasil é o único país da América do Sul que não tem a obrigatoriedade de 9 anos para o curso fundamental. Todos os demais já adotaram essa medida. Nessa mudança não haverá problemas nas escolas públicas, a não ser os de infra-estrutura, já que, se trata de incluir os alunos mais cedo na rede de ensino com um novo plano pedagógico. A medida trará resultados positivos à população, visto que, nas escolas públicas, as crianças não têm acesso à educação infantil e o conteúdo previsto para o primeiro ano do ensino fundamental será o de alfabetização. No entanto, os diretores de escolas particulares devem estar com a mão na cabeça, pois, aos 6 anos, os alunos já estão sendo alfabetizados, concluindo um ciclo que vem desde o Maternal I e II, Jardim I, II e III (alfabetização). Como fazer? Entrar diretamente na 1ª série? Transformar o Jardim III na primeira série do ensino fundamental? São hipóteses que me ocorrem refletindo sobre o tema. Entretanto, se é pretendida uma melhoria da qualidade de ensino, não pode ser esquecida a valorização dos profissionais da educação, seja em formação, planos de carreira e remuneração condigna. Concordo inteiramente com a opinião do professor Alfredo Bosi: “O professor deve ser valorizado em termos de preparação e de salário, caso contrário os mais belos planos ruirão como castelos na areia!” Crianças na escola e educação de qualidade são objetivos que devem ser perseguidos de todas as formas. (*) É médico e ex-secretário de educação e de saúde.

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