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Nº 5759
Opinião

Fora do tempo - EDITORIAL

Um dos ícones mais conhecidos do mundo é um relógio público, o Big Ben. Construído em 1859, é sinônimo – em todo o mundo – da cidade de Londres e pode ser considerado um sinônimo de preservação de valores urbanos e históricos. O mais conhecido relógio do

Por | Edição do dia 21/02/2006 - Matéria atualizada em 21/02/2006 às 00h00

Um dos ícones mais conhecidos do mundo é um relógio público, o Big Ben. Construído em 1859, é sinônimo – em todo o mundo – da cidade de Londres e pode ser considerado um sinônimo de preservação de valores urbanos e históricos. O mais conhecido relógio do mundo anuncia algo além das horas e minutos – confirma que sempre é tempo de se valorizar as referências históricas e culturais de uma sociedade. Evidentemente que o centenário relógio de Londres é o que é em função do que representa o poderoso império britânico na história do mundo moderno. Não há como copiá-lo, mas há muito que se aprender com o imponente Big Ben, entendendo como as comunidades devem preservar seus símbolos, mesmo que seja um modesto relógio de esquina, ou uma simples estátua numa praça (como a do “mijãozinho”), ou um casarão (como o finado Bela Vista) – desde que tais objetos tenham história agregada, a preservação deveria ser uma questão de cidadania. Maceió tem desacertado seus ponteiros com sua própria cultura histórica. Um dos mais fortes símbolos da Capital alagoana foi o relógio do Ponto Central, mas são igualmente valiosos os sobreviventes relógios da Catedral Metropolitana, da Estação Ferroviária, do Mercado Público. Há poucos dias, demoliu-se o Relógio do Milênio, criação do global Hans Donner; há anos desapareceu o Relógio do Ponto Central, expressivo exemplar da arte em ferro fundido (provavelmente importado da França, como postes e esculturas da mesma época). Entre uma e outra eliminação, mantém-se a escrita de jogarmos fora os ícones da história e da cultura urbana. Quem sabe, um dia, encontraremos o tempo de valorizar bens como nossos relógios públicos que, mesmo sem a grandiosidade de um Big Ben, cumpririam o mesmo papel: marcar as horas e lembrar a própria comunidade que a nossa história não pára.

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