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Nº 5902
Opinião

Tesouro � venda? - Editorial

Vender ou não vender não é a questão – até porque terrenos de marinha, e muito particularmente áreas de restinga não deveriam ser objeto de venda e sim, de alguma forma de comodato (não é isso que diz a Lei?). Seja lá a forma legal adotada, o nó deve ser

Por | Edição do dia 09/03/2006 - Matéria atualizada em 09/03/2006 às 00h00

Vender ou não vender não é a questão – até porque terrenos de marinha, e muito particularmente áreas de restinga não deveriam ser objeto de venda e sim, de alguma forma de comodato (não é isso que diz a Lei?). Seja lá a forma legal adotada, o nó deve ser como negociar a maravilhosa área na qual hoje se encontra instalado o Detran. Não se pode fechar os olhos às perspectivas para Alagoas com a correta utilização turística para a paradisíaca nesga de terra que um dia, no passado, abrigou a Escola de Aprendizes Marinheiros. Tão excepcional é essa área que nenhum projeto tem o direito de cair ali de pára-quedas. Em primeiro lugar, é necessário garantir a preservação ecológica do lugar (bem perto, na Ilha de Santa Rita, a devastação dos manguezais é tragédia sob o silêncio de órgãos ambientais. Em segundo lugar, tantas são as possibilidades e tão grande é o potencial, que deveria ser realizada uma espécie de concorrência ou concurso público (internacional) para se escolher o melhor e mais avançado projeto para ocupação e uso turístico da área. Saber-se que aquele pedaço de paraíso poderia estar sendo vendido (por apenas 20 milhões de reais??) é realmente preocupante, melhor dizendo, apavorante. Afinal qual é o projeto a ser instalado lá, naquela incrível (e frágil) fatia de areia entre os canais e o mar? Afinal, diga ou não diga a Lei, quem tomar posse daquele pontal se apossará de fantásticas praias de águas salgadas e salobras, privatizando nada mais nada menos que a boca da barra, área ecológica estratégica para o ecossistema das lagoas Mundaú e Manguaba. Inegavelmente, é muita coisa que está em jogo. E assim, em sendo negociado esse tesouro natural, que ele reverta em geração de emprego e renda com preservação ecológica. E isso só acontecerá se for feito sem açodamento, com uma grande dose adicional de cautela, ciência e transparência. Essa é a questão.

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