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Matando a mata - Editorial

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Quando se trata de devastar o meio ambiente parece que latifundiários e sem-terra cantam em duo – e afinadíssimos. Historicamente, as plantações açucareiras devastaram as matas alagoanas num impositivo da construção econômica do Estado. No início, eram as terras de massapé das várzeas, depois os tabuleiros foram despidos de sua vegetação natural. Eram tempos nos quais se achava que as florestas não se acabavam nunca, e se findassem, nada de mais teria acontecido. Porém, as concepções foram mudando e, há vários anos, empresários da agroindústria sucroalcooleira têm se voltado para projetos de recuperação de áreas expressivas, ampliando e preservando faixas de Mata Atlântica. A conscientização não se generalizou e, enquanto poucos investem na revitalização, muitos seguem o caminho predatório. E nesse erro estão se destacando posseiros e militantes “sem-terra” – talvez por considerarem a floresta uma “terra improdutiva”. Denúncias concretas têm sido divulgadas e a própria Gazeta viu-se na condição de testemunha ocular desse crime ecológico. Urge intervenção do poder público e são necessárias mais do que ações individualizadas; é necessária uma política de vigilância permanente, com o funcionamento de agrupamentos como o batalhão florestal a dar combate aos que teimam em desrespeitar as áreas legalmente protegidas. Será pura ironia querer orientar a fiscalização pela fumaça das queimadas, pois nesses casos, a mata já era. E, infelizmente, parece ser essa a realidade: exerce-se a fiscalização do dia seguinte; estamos a detectar cinzas. Chega de identificar a destruição, de contabilizar o prejuízo. Poucas áreas de Mata Atlântica sobrevivem em Alagoas e o Estado tem a obrigação de mantê-las vivas, de enfrentar com pertinácia e rigor todos os desmatadores, sejam ricos ou pobres, latifundiários ou sem-terra.

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