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sábado, 05/07/2025 | Ano | Nº 6004
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Li��o negativa - Editorial

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Ao se retirarem das favelas sem conseguir realizar um único dos objetivos do plano de intervenção, as forças armadas confirmam a assustadora extensão da crise na segurança pública brasileira. Ao testemunhar o Exército fazendo o caminho de volta, sem nada de positivo ter conquistado, o brasileiro amarga o reconhecimento de que existem, de fato, áreas urbanas fora do alcance do Estado, áreas onde o controle real, o poder, está na mão do crime organizado. Não é apenas uma parcela das forças armadas que caminhou para trás, é a própria cidadania que está sendo empurrada contra a parede. Estamos sendo derrotados, homens e mulheres de bem, ricos e pobres, civis e militares. E estamos perdendo a guerra não apenas nos morros do Rio de Janeiro, pois o poder do crime organizado se expande por todo o Brasil. As favelas cariocas e paulistas são apenas um aviso sobre o dia seguinte para todos os estados, todas as cidades de maior porte. Dessas regiões onde a polícia e até o Exército não pode entrar vem o alerta imitando um velho bordão comercial: ?Eu sou você, amanhã?. Temos de nos mirar nos exemplos sofridos das grandes cidades. E buscar soluções verdadeiras, projetos que unam a multiplicação de emprego e renda (oferecendo oportunidades reais da maioria da população ganhar a vida honestamente) com a ampliação do poder de combate policial às quadrilhas de todos os tipos. O insucesso da operação dos militares nas favelas cariocas deveria ensinar às autoridades brasileiras que o País precisa executar metas além do superávit primário. Primordial mesmo é o desafio social, primária é a questão da ausência do aparelho de Estado das áreas de populações de baixa renda, déficit insuportável é o resultado obtido na contabilidade cidadania versus marginalidade. Ou resolvemos essas questões essenciais ou continuaremos a nos retirar, a recuar, a marchar à ré.

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