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Sal�o de id�ias

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JOSÉ MEDEIROS * A 17ª Bienal do Livro, ocorrida em São Paulo, uma das maiores feiras de livros do mundo, mostrou ser um mercado aberto de informação, cultura e educação. O enfoque educativo foi sua tônica. Exibidas produções literárias nacionais e internacionais, a par disso, predominaram atrações infanto-jovens, apoiando o desenvolvimento do hábito da leitura. Uma novidade foi a criação do ?Salão de Idéias?, seqüência de reuniões entre escritores e leitores, numa discussão informal sobre temas literários e assuntos da atualidade. Acompanhei os debates com pesos pesados da literatura brasileira: Ferreira Gullar, Moacir Scliar, Zélia Gattai, Antônio Torres e Ariano Suassuna. A filósofa Marilena Chauí agradou em cheio e recebeu aplausos calorosos. Ouvi da professora Elizabeth d?Angelo opinião sobre a formação de novos leitores no País. Disse: ?Não se pode afirmar que o brasileiro não gosta de ler. O cerne da questão reside no fato de que boa parte da população nasce em ambiente no qual a leitura não é valorizada, não dispõe de dinheiro para comprar livros e há poucas bibliotecas públicas?. Entretanto, a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, realizada recentemente, mostra ampliação do número de leitores. Numa amostragem que incluiu 86 milhões de pessoas, 62% dos entrevistados declararam ter lido pelo menos um livro nos três meses anteriores ao levantamento. A Bienal alcançou o recorde de um milhão de livros vendidos. Um aspecto físico da Bienal chamou-me a atenção. No primeiro dia resolvi percorrê-la em linha direta, da porta de entrada ao outro extremo. Ao terminar o percurso de ida e volta ficou-me a sensação de ter realizado um verdadeiro ?cooper?, uma longa caminhada. Que distância havia percorrido? Posteriormente, obtive essa informação: cerca de seis quilômetros de extensão. Perguntam-me o que fez Alagoas na Bienal 2002? Fez bonito, respondo. Através da Fundação Municipal de Ação Cultural foram expostos 200 títulos de autores alagoanos e o seu estande foi palco de lançamento de novos livros de escritores e poetas de nossa terra. Por outro lado, a Edufal se fez presente. 59 editoras universitárias mantiveram estandes na Bienal, locais de apresentação de produções acadêmicas e científicas. No espaço da União Brasileira de Escritores apresentei o novo livro da escritora e poetisa Maria Petrúcia Camelo: ?Flores de Cera?. Não sou crítico literário e as poesias que escrevi, ao longo do tempo, minha exigente autocrítica não me permitiu tentar sua publicação. No entanto, pude dar um depoimento de quem vem acompanhando a evolução cultural da autora. Sua escrita e sua poesia vêm sendo lapidadas, destiladas, aperfeiçoadas, livros após livro. Sua escrita e sua poesia vêm sendo lapidadas, destiladas, aperfeiçoadas, livro após livro. Atingiu a maturidade da palavra, numa poética que agrada, sem passadismos ou modernismos exagerados. ?Flores de Cera?, nada fica a dever à poesia de prestigiados representantes de nossa tradição literária. A Bienal foi, sem sombra de dúvida, vitrine de cultura e erudição. (*) É MÉDICO

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