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Nº 5759
Opinião

Conviv�ncia humana

| Milton Henio * Acompanhamos pelos jornais e pela televisão os encontros e desencontros dos políticos brasileiros em suas diversas regiões, todos buscando prestígio, poder e cargos. Como abelhas no mel, imaginem a grande aglomeração dos políticos em

Por | Edição do dia 19/03/2006 - Matéria atualizada em 19/03/2006 às 00h00

| Milton Henio * Acompanhamos pelos jornais e pela televisão os encontros e desencontros dos políticos brasileiros em suas diversas regiões, todos buscando prestígio, poder e cargos. Como abelhas no mel, imaginem a grande aglomeração dos políticos em seus diversos partidos, correndo atrás do mesmo alvo. Vejam agora Serra e Alckmin, há 3 meses que tentam chegar a um acordo e só agora conseguiram. E as reuniões se sucedem. Mas dessa convivência humana sai de tudo, porque quando muita gente se encontra para discutir assuntos gerais, as soluções são demoradas e dificílimas, porque cada ser humano tem um temperamento e pensa e age de formas diferentes. Então o acordo final torna-se complicadíssimo. Quem somos nós? Somos gente. E muita gente junta, forma um bolo, cujos ingredientes são: defeitos, qualidades, erros, acertos, fraquezas, arrogância, humildade, boas intenções, egoísmo etc. Variam as doses, mas essa estrutura é a mesma. Herdados ou inoculados, formam a argila de que somos feitos. Essa convivência humana é complicada desde os tempos de Adão e Eva. Acredito que, formando o primeiro grupo da Terra e com a interferência da serpente, eles concordaram em torno do primeiro pecado. Depois, provavelmente, expulsos do Paraíso, já saíram dali brigando: “A culpa foi sua!” “Foi minha não, você é que foi o culpado”. Depois acabaram se ajustando - o primeiro acordo - pela necessidade que tinham um do outro. Conviver é complicado, principalmente quando não há uma base afetiva. A insatisfação que hoje existe no homem moderno é acentuadíssima. As pessoas não estão satisfeitas com a convivência no trabalho, porque não são reconhecidas ou são preteridas, as mulheres não estão satisfeitas no casamento porque os maridos são grosseiros e desatenciosos; o jovem médico não está satisfeito no posto de saúde onde trabalha porque o volume de gente para atender é muito grande e ele não consegue praticar uma medicina com calma, bem orientada como desejaria; o professor universitário vive insatisfeito, sem aumento de salário e frustrado por não ter condições de transmitir os conhecimentos necessários aos seus alunos. E por aí vai. Vivemos em uma sociedade adrenalizada, embasada no medo, na violência, na injustiça, em que há a projeção de um deus mesquinho que é o dinheiro, como meio provedor de nossas necessidades. Convivência difícil é a do mundo moderno, entre os povos e entre as nações. (*) É médico ([email protected]).

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