app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5759
Opinião

Problemas sociais

| Humberto Martins * O Brasil precisa tentar reverter os problemas sociais que, mesmo comparados com nações de potencialidades econômicas muito menores do que as nossas, são comprometedores. Essa situação é conseqüência de um passado de erros e omissões

Por | Edição do dia 21/03/2006 - Matéria atualizada em 21/03/2006 às 00h00

| Humberto Martins * O Brasil precisa tentar reverter os problemas sociais que, mesmo comparados com nações de potencialidades econômicas muito menores do que as nossas, são comprometedores. Essa situação é conseqüência de um passado de erros e omissões que adentram na história brasileira desde seus primeiros anos de existência. Na última década do século passado, uma política econômica mais austera, e um procedimento social mais correto conseguiram reverter parcialmente essa situação, mas de maneira ainda insuficiente. Não há como justificar que a mortalidade infantil em El Salvador, América Central (24,4 mortos por mil nascidos) ser menor do que entre nós (26,6 mortos por mil nascidos). Os pequenos progressos registrados ultimamente são significantes. Entre os 192 países avaliados pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ocupa a 82ª posição - com 71,7 anos - no que diz respeito à expectativa de vida, com 71,7 anos e o 99º lugar entre os países com mais alta mortalidade infantil. As comparações com outros países das Américas também são negativas: a Argentina tem 15 mortos entre mil nascidos, e o Chile oito. Cuba tem 6,1. Em matéria de expectativa de vida, a nossa evolução, nos últimos 25 anos, foi de cerca de 9 anos, passando de 62,6 anos em 1980 para os atuais 71,7 anos, conforme os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. Internamente, existem entretanto graves desigualdades. As distorções entre o desenvolvimento de certas regiões do País refletem na expectativa de vida de forma direta. O Nordeste é a região mais sacrificada. Quase dez anos de vida separam crianças do mesmo sexo nascidas no ano passado no Nordeste com índices de expectativa de vida, em torno de 65,5 anos, e o Distrito Federal, que lidera as estatísticas positivas, com expectativa de vida de 74,6 anos. A diferença entre os opostos vem caindo, entretanto, ano a ano. Em 1980, a diferença em termos de expectativa entre o Rio Grande do Sul, o melhor colocado (com 67,8 anos) e a nossa Alagoas, a última colocada naquele ano, era de 12,1 anos. A expectativa de vida do alagoano cresceu 9,8 anos no período 1980-2004, índice superior à média nacional, que é de 9,1 anos. Toda essa grande quantidade de números não disfarça, entretanto, a necessidade de nosso País tentar ultrapassar suas graves mazelas. (*) É desembargador do TJ/AL.

Mais matérias
desta edição