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Nº 5759
Opinião

Terra e tumultos - Editorial

Novamente, ações dos (vários) movimentos auto-intitulados “sem-terra” causam prejuízo aos trabalhadores, aos cidadãos e cidadãs, que nada tem a ver com as pendengas entre esses militantes e o governo. Anteontem, cinco carretas foram assaltadas dos aliment

Por | Edição do dia 29/03/2006 - Matéria atualizada em 29/03/2006 às 00h00

Novamente, ações dos (vários) movimentos auto-intitulados “sem-terra” causam prejuízo aos trabalhadores, aos cidadãos e cidadãs, que nada tem a ver com as pendengas entre esses militantes e o governo. Anteontem, cinco carretas foram assaltadas dos alimentos que conduziam e o trânsito foi interrompido em vários pontos das rodovias alagoanas. Segundo os chefes dos “sem-terra”, o ataque aos caminhoneiros e o cerceamento do direito de ir e vir de centenas de pessoas tinha como objetivo protestar contra o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, que teria “maquiado números sobre a Reforma Agrária” em nosso Estado e contra um atraso de “quase quatro meses” na entrega de cestas básicas nos acampamentos. A direção do Incra em Alagoas rebateu as acusações dos chefes dos ditos “sem-terra” e afirmou que um montante de cestas básicas suficiente para 10 mil famílias estavam devidamente liberadas e apenas esperavam transporte de Salvador a Maceió. Naturalmente, também negou “maquiagem” nos números oficiais (que, por sinal, têm sido fartamente utilizado na propaganda partidária). Nesse debate ficam claríssimas as motivações político-partidárias de ambos os lados. Chefes dos “sem-terra” e dirigentes do Incra sacam armas de alto calibre eleitoral. Anunciados pré-candidatos discursam sobre o sucesso dos projetos de assentamentos, apresentando-os como obras de sua lavra, verdadeiros nacos de paraíso na terra. Em resposta, os sem-terra vociferam denúncias contra o Incra e tumultuam a vida de meio mundo como forma de protesto contra seus algozes (não os rotulados como “latifundiários improdutivos”, mas burocratas-candidatos até pouco chamados de “companheiros”). E quem paga a conta é o povo, cidadãos e cidadãs que tenham o azar de estar nas terras onde os protestos venham a ser semeados.

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