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Nº 5759
Opinião

PIB sangrado - Editorial

Divulgado há poucos dias, o estudo do IBGE sobre o PIB brasileiro em 2005 indica que o País galgou quatro posições entre as principais economias do globo, subindo do 15° para o 11° lugar nesse ranking. Apesar do Produto Interno Bruto ter crescido míseros

Por | Edição do dia 02/04/2006 - Matéria atualizada em 02/04/2006 às 00h00

Divulgado há poucos dias, o estudo do IBGE sobre o PIB brasileiro em 2005 indica que o País galgou quatro posições entre as principais economias do globo, subindo do 15° para o 11° lugar nesse ranking. Apesar do Produto Interno Bruto ter crescido míseros 2,3%, a valorização do real possibilitou a subida de posto, o que reconduziu o Brasil à colocação de primeira economia da América Latina. O relatório sobre o PIB do Brasil em 2005 enseja análises, gerais ou específicas, sobre a economia brasileira e seus rumos. Dentre as opções para reflexão, vamos escolher uma essencial para todas as faixas de renda: a carga tributária. Pois continua crescendo o peso da carga tributária no Brasil. Estima-se que deverá representar a inacreditável participação dos impostos em 36% a 37% do total do Produto Interno Bruto em 2005. O crescimento per capita é da ordem de 14% apenas no primeiro semestre deste ano, período de tempo no qual a carga de impostos ascendeu a 39,34% do PIB 2006. Comparando com o fim do século recém-passado, em 1999, a mordida estatal equivalia a 29% do PIB – fazendo uma conta rápida, em apenas sete anos, a carga tributária avançou quase 10%. Quando você degusta um pão com manteiga e mais uma xícara de café, você está pagando no preço de cada um desses produtos o seguinte porcentual de impostos: 20% no pãozinho, 37% na manteiga e 27% no café. Hoje o cidadão trabalha o dobro do que suava nos anos 70 para pagar os tributos e, numa média, o total de quatro meses trabalhados escoa totalmente do bolso do obreiro na forma de impostos, taxas e semelhantes. É dinheiro demais. Se você recebesse de volta parte desses recursos na forma de bens e valores públicos como infra-estrutura, saneamento, saúde, segurança, educação etc., certamente você entenderia essa conta. Mas o que temos recebido em troca de tamanha sangria?

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