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Nº 5759
Opinião

Esperan�a de justi�a - Editorial

Mais uma absolvição aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados e transborda (novamente) a indignação da opinião pública. Pelas mensagens dirigidas, pelos leitores, aos jornais de todo o País, o sentimento geral é de que prevalece a impunidade e, mais

Por | Edição do dia 07/04/2006 - Matéria atualizada em 07/04/2006 às 00h00

Mais uma absolvição aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados e transborda (novamente) a indignação da opinião pública. Pelas mensagens dirigidas, pelos leitores, aos jornais de todo o País, o sentimento geral é de que prevalece a impunidade e, mais uma vez, o corporativismo e o compadrio são valores determinantes – afinal, uma das justificativas recorrentes, segundo os analistas da mídia televisiva e impressa, para a não-cassação do deputado João Paulo (PT/SP) é de que ele, quando presidente teria feito “muitos favores” a seus colegas. Indignação justa, porém o caso em tela vai mais além do que a absolvição de parlamentares envolvidos com o mensalão e/ou o valerioduto. A principal questão é que não basta cassar um punhado de mandatos, mas sim desmantelar o esquema corruptor, expor todos os envolvidos nesses esquemas perniciosos, inclusive os integrantes dos autoploclamados oposicionistas “donos da ética”. Nesse sentido, o momento mais significativo dos últimos dias foi a aprovação do polêmico relatório da CPI dos Correios. Afinal, pelo que foi dito à imprensa, nas milhares de páginas desse documento estão contidas formulações essenciais, como o reconhecimento da existência do mensalão (o que apavora os governistas), assim como está esclarecida a gênese do valerioduto no ninho tucano, desde os tempos de caça (ou compra?) de votos para a candidatura de Eduardo Azeredo, hoje senador e antes governador de Minas Gerais (o que aterroriza os oposicionistas). O reconhecimento por parte das CPIs da existência desses esquemas e o indiciamento dos principais envolvidos (sem apadrinhamento de nomes da oposição e/ou da situação) pode se transformar num libelo pela ética e num início de uma série de processos investigatórios conduzidos pelo Ministério Público – o que poderá produzir, um dia, resultados positivos.

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