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Nº 5900
Opinião

Por quem lutamos

| Eduardo Bomfim * Recentemente, o jornalista Manoel Miranda afirmou a importância da nossa pré-candidatura. Disse que o ideal do socialismo morreu. Mas que a esquerda é de fundamental importância no combate, na denúncia sobre as tremendas mazelas do cap

Por | Edição do dia 14/04/2006 - Matéria atualizada em 14/04/2006 às 00h00

| Eduardo Bomfim * Recentemente, o jornalista Manoel Miranda afirmou a importância da nossa pré-candidatura. Disse que o ideal do socialismo morreu. Mas que a esquerda é de fundamental importância no combate, na denúncia sobre as tremendas mazelas do capitalismo. Elogiou a ascensão do comunista Edvaldo Nogueira, sertanejo alagoano, amigo do peito, à prefeitura de Aracaju. Edvaldo, deixou o quinto ano de medicina para dedicar-se à atividade militante, ainda no período do regime militar. Exatamente qual o motivo dessa opção espinhosa, deixando uma carreira promissora, em função do imponderável que é a inconstância, os sustos, as vicissitudes da opção verdadeira pelos deserdados, através de uma trajetória árdua, desprovida de compensações financeiras. Digo isso, porque a exemplo de Edvaldo, conheço vários quadros da esquerda, País afora, alguns ocupando hoje cargos de relevância no executivo ou legislativo, mas de um futuro incerto do ponto de vista do conforto financeiro. Ressalvo aqueles falsos esquerdistas, os quais fazem essa escolha por meio do mais sublime oportunismo de ocasião. Chego a afirmar que seriam fascistas, se algo tupiniquim, assemelhado, assumisse as rédeas do País. E afirmo com a convicção de quem conheceu no passado bem recente, gestos dessa natureza. Não sou a única testemunha. Creio que milhares também o foram. Inclusive o próprio articulista, de esquerda, muito embora, em campo ideológico distinto do meu. Mas de esquerda nos tempos de chumbo do arbítrio. Somos assim porque adquirimos a consciência, lastreada em conhecimento científico sobre as causas das desigualdades em nossa sociedade, por opção, vocação ou sei lá mais o quê. O certo é que prosseguimos, ao lado de poetas, artistas, operários, funcionários públicos, intelectuais etc. pela vereda áspera, mas com muito orgulho, talvez quixotescamente, talvez não. Mudamos, amadurecemos, largamos concepções sectárias, fizemos alianças, algumas consensuais, outras combatidas, mas persistimos. Enfrentando por meio de uma luta titânica, os dois blocos mais poderosos das elites alagoanas. Ali, pelo meio delas, reinventando o nosso papel. (*) É advogado.

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