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Nº 5759
Opinião

Alca: nada a temer

| Humberto Martins * A diferença entre os que apóiam e os que combatem a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) é basicamente de mentalidade. Os que apóiam entendem o mundo cada vez mais com menos fronteiras, progressivamente mais integrado, sendo as

Por | Edição do dia 18/04/2006 - Matéria atualizada em 18/04/2006 às 00h00

| Humberto Martins * A diferença entre os que apóiam e os que combatem a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) é basicamente de mentalidade. Os que apóiam entendem o mundo cada vez mais com menos fronteiras, progressivamente mais integrado, sendo as eventuais divergências ultrapassadas por meio do diálogo. Os que combatem acham que cada país deve erguer obstáculos à concorrência dos demais, por meio de taxas e outras modalidades de restrição. Ocorre que, nos nossos dias, quando um país se isola, estaciona, reduz drasticamente seu comércio, não assimila os progressos feitos pelos demais, não progride em compasso com a necessidade de gerar postos de trabalho suficientes para o sustento de sua população. Poucos exemplos são tão ilustradores dessa realidade como o estágio de progresso e desenvolvimento alcançados por quase todas as nações da Europa Ocidental que, arrasadas pela Segunda Guerra Mundial encontraram os caminhos que as conduziram ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ao aumento da renda dos indivíduos e à distribuição dos frutos do progresso. Japão e Alemanha, que figuram no ranking econômico mundial como segundo e terceiro PIB, respectivamente, logo após os Estados Unidos da América do Norte, estavam, em 1945, na estaca zero em matéria de crescimento econômico e desenvolvimento social. Espanha, Itália e Áustria também são fenômenos idênticos na Europa Ocidental, enquanto no Leste Europeu, todas as nações que tinham suas economias estagnadas durante a época em que estavam sob tutela da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) - até 1990 - enveredam agora pelo mesmo caminho, integradas na União Européia. As divergências, nas Américas, sobre a Alca, acontecem principalmente porque parte dos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, teme que a abertura das fronteiras às empresas industriais, agrícolas e prestadoras de serviços dos países desenvolvidos destrua as empreendedoras nacionais. Mas a experiência de algumas nações, principalmente do Chile - que ostenta níveis de progresso e desenvolvimento social invejáveis - demonstra que é possível, gradualmente, fortalecer as empresas locais para suportar a concorrência internacional. Em contrapartida, as nações em desenvolvimento devem exigir livre acesso para seus produtos. No caso brasileiro, a disponibilidade de terra, o clima favorável e a existência de mão de obra propiciam condições para crescente produção de café, soja, açúcar, álcool e carnes, sem mencionar o setor mineral. (*) É desembargador do TJ/AL.

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