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Piercing oral – modismo e riscos

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| Carlos Cerqueira Meneses * O uso de piercing não é uma prática nova, mas usada pelos povos antigos, por costumes ou tradições religiosas. A juventude atual vem aumentando cada vez mais seu uso, com as tatuagens corporais, constituindo-se um ?modismo?. O uso do piercing é encontrado em várias partes do corpo passando pelos órgãos inferiores, até chegar ao rosto, e na boca, mais propriamente na cavidade oral, atingido a língua mucosa jugal, lábios, bochechas, provocando sérios riscos à saúde geral dos jovens. A colocação dos mesmos, na grande maioria das vezes, não segue as normas de biossegurança (esterilização), aumentando o perigo de contaminação de infecções virais, podendo provocar até Aids, hepatite B e C, herpes simples, candidíase, pois esses instrumentos sem esterilização e falta de assepsia em contato com microflora oral encontra um campo ideal para disseminação de doenças. As pessoas ao colocarem os piercings, em locais como língua, lábios, em que a cicatrização na língua dura em média quatro semanas, e nos lábios em torno de dois a três meses, precisam ter muito cuidado com a assepsia evitando tocar no local com as mãos sujas, fumar, ter contato fluídos corporais de outras pessoas (saliva), aumentado consideravelmente o risco de contaminação. Outras reações comuns são: dores constantes, devido ao trauma, edemas, reações inflamatórias, processos alérgicos, obstrução nas vias aéreas, sangramento, alterações na mastigação, parestesia, cálculo gengival, fratura dos dentes, prejuízo funcionais e estéticos, de forma imediata ou a médio prazo, em um espaço de tempo de dois anos de uso. Alertamos as autoridades sanitárias, para que façam uma rigorosa fiscalização nesses estabelecimentos que colocam piercing, para ver as condições de biossegurança. Os profissionais que fiquem alerta ao atenderem esses jovens, dando uma orientação adequada ao caso, sobre os riscos dos mesmos, que só é diminuído com a retirada dos piercings, o que não é aceito pelos jovens, achando que estão fazendo o maior sucesso. Na recusa ou não dos jovens, deve o profissional orientar corretamente como se deve fazer a assepsia, durante o uso do mesmo, indicando as técnicas mais corretas de higienização. É deixado de lado o que temos de mais bonito no ser humano, que é a sua naturalidade, um dom divino, no sorriso natural de cada um, às vezes destruído por fazer parte uma camada social excluída dos 30% da população, que não tem acesso sequer aos serviços de saúde pública, sendo um dever do Estado fazer a promoção de saúde, cada vez mais devemos ser naturais, para sermos mais saudáveis. Na minha juventude, corpo estranho na boca, só das línguas das namoradas quando se beijava e, com certeza, era e é muito mais saudável. (*) É cirurgião-dentista e presidente do CRO-AL.

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