Educa��o e verdade

No país do desemprego, uma das questões mais importantes para se enfrentar essa tragédia social é a que diz respeito ao ensino. Educar é preciso. Ao se aproximar o fim desse par de mandatos presidenciais, a propaganda governamental insiste na tecla do (suposto) crescimento do número de alunos nas salas de aula. De certa forma, se tenta passar por meio de uma intensa campanha de mídia, a falsa idéia de que o principal do problema educacional no Brasil estaria resolvido. De forma explícita, os governistas não ousam afirmar tal asneira, mas nas entrelinhas, o bê-a-bá é outro. Na verdade, continua alarmante o problema da educação no Brasil. Ao drama da insuficiência da educação oferecida pelo sistema público é acrescida a tragédia do desemprego. Quem consegue aprender a ler, escrever e apreender mais alguns ensinamentos básicos fica ao desabrigo tanto quanto os analfabetos – todos, em sua maioria, flagelados pelo desemprego. A ausência do emprego castiga igualmente os que conseguem superar os obstáculos e terminar um curso de nível superior. Sem uso, longe da prática, diluem-se anos de aprendizado. Nesse quadro dantesco, é fundamental se insistir na necessidade imperiosa de a educação manter-se como prioridade da sociedade, reafirmar-se como um dever do Estado, conforme reza a Constituição. Passa a ser fundamental para o País sair dos limites da demagogia alfanumérica de FHC e sua equipe de governo. Os problemas reais da educação brasileira foram tema de debate promovido na Rádio Nacional, no dia 29 de maio. Para o presidente da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior, Mozart Neves, a exclusão social começa no Ensino Fundamental e a cada ano, cai a qualidade dos alunos do ensino superior, em função da baixa qualidade do Ensino Médio. Para o governo federal, isso não é problema, é solução, pois é assim que reúne os números para sua propaganda oficial. Para o futuro do Brasil, é imperioso que a questão do ensino seja encarada não como objeto de marketing governamental, mas como objetivo estratégico da cidadania brasileira.