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Nº 5759
Opinião

Continuando minha peregrina��o por Berlim

| Lysette Lyra * O neonazismo teve como conseqüência o apoio da Otan às políticas adotadas durante a Guerra Fria, com o objetivo de frear o avanço socialista em países do Terceiro Mundo. Com o processo da globalização e quando a União Européia passa a se

Por | Edição do dia 07/11/2006 - Matéria atualizada em 07/11/2006 às 00h00

| Lysette Lyra * O neonazismo teve como conseqüência o apoio da Otan às políticas adotadas durante a Guerra Fria, com o objetivo de frear o avanço socialista em países do Terceiro Mundo. Com o processo da globalização e quando a União Européia passa a se integrar, sendo reduzido o poder dos Estados, as regiões, em decorrência, atingem maior autonomia. Assim surgem as questões separatistas dos bretões, corsos, gauleses, escoceses, bascos, irlandeses e outros povos com características étnicas, anteriormente acomodados em suas posições de subnacionalidades e que se sentem hoje fortalecidos, com vivos sentimentos nacionalistas. Há focos em todos os lugares do mundo, porém têm sido combatidos com austeridade. Onde existem amor à pátria e seriedade no governo, onde devassos não são permitidos, as mais impossíveis iniciativas se tornam realizáveis. Desse modo, em pouco tempo Berlim Ocidental foi reerguida da grande catástrofe. Graças aos recursos financeiros carreados pelo governo dos Estados Unidos, a partir de 1949, através do Plano Marshall, aos vultosos investimentos privados norte-americanos que a eles se seguiram e à autonomia político-econômica, a República Federal pôde realizar, na década de 50, o chamado “milagre alemão”. Quando os russos foram, em 1990, obrigados a deixar o país, embora tenham saqueado os bancos, os valores e obras de arte, mesmo assim começou um verdadeiro mutirão para refazer a parte oriental. Já foram gastos 23 bilhões de euros na sua reconstrução, e cada cidadão, cada turista tem que participar com 7% de taxa para esse trabalho. A parte histórica foi reerguida obedecendo aos antigos padrões e novos prédios grandiosos e modernos, como o da Sony, ocupam os espaços vazios deixados pelos bombardeios. No Mauerpark, em Prenzlauer Berg, ainda são conservados 1.200m do muro que separava a cidade, para que nunca seja esquecida essa triste página de sua história. Artistas nativos contribuíram na pintura do muro, mas os pichadores profanaram-nas. Nosso hotel, o Berlim Hilton, fica no centro do lado oriental chamado Mitte, bairro onde se encontram os mais importantes e belos prédios antigos. Foi construído em 1960, num dos lados do Gedammarket, uma bela praça que reúne cinco das mais imponentes edificações: a igreja alemã; o templo católico francês, fundado pelos Huguenotes; o museu dos Huguenotes; a sala de concertos e dois teatros, um para óperas e outro para o ballet. Além desses interessantes edifícios, é cercada de restaurantes e bares. (*) É escritora.

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