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Nº 5759
Opinião

Dengue em alta - Editorial

Merece toda atenção o alerta da imprensa e dos técnicos da saúde sobre os riscos de uma epidemia de dengue em Alagoas Até por razão da maior densidade populacional, as grandes cidades são as áreas de maior chance de explosão da doença. Uma cidade como M

Por | Edição do dia 21/11/2006 - Matéria atualizada em 21/11/2006 às 00h00

Merece toda atenção o alerta da imprensa e dos técnicos da saúde sobre os riscos de uma epidemia de dengue em Alagoas Até por razão da maior densidade populacional, as grandes cidades são as áreas de maior chance de explosão da doença. Uma cidade como Maceió – com sua malha urbana expandida de forma atabalhoada e precárias condições sanitárias – é o sítio ideal para a proliferação do mosquito aedes aegypti. Além das condições naturais favorecerem a multiplicação de verdadeiros criatórios de mosquitos de todos os tipos (além de inúmeros outros insetos), um outro fator trabalha como aliado do multiplicador da dengue: o abandono de imóveis, mantidos como fortalezas indevassáveis aos trabalhadores da saúde pública. Esse fenômeno negativo se manifesta em todas as camadas sociais, mas parece ser mais recorrente e mais grave nas áreas de classe média e média/alta. Nessas áreas mais favorecidas, muitos imóveis sem uso constante são conservados como “poupança” e seus proprietários, economizando centavos, nem limpam seus terrenos e/ou edificações, nem permitem que o poder público possa ter acesso para a profilaxia. Muitas vezes, em socorro da inviolabilidade de imóveis abandonados são esgrimidas ações judiciais. E, mesmo que, ao fim e ao cabo, os servidores da saúde pública consigam realizar sua obra benéfica, o malefício já está assegurado, pois até a pendenga ser resolvida, multidões de mosquitos reproduziram-se nas águas convenientemente acumuladas. Isso nas grandes cidades como Maceió, que responde por 62,25% casos de dengue registrados em Alagoas, de janeiro a começo de novembro deste ano. Mas nenhum município está livre da doença, pois a ocorrência de infestação alcança 100% do Estado. Até quando esse descaso para com a saúde será tolerado?

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