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Nº 5759
Opinião

Confraterniza��o

| Anilda Leão * Chega o final do ano e todos falam em confraternização, palavra bonita que traduz a fraternidade e o amor que devemos ter todos nós, pois afinal somos criados por Deus, seus filhos, portanto. O que vemos, no entanto, é exatamente o opost

Por | Edição do dia 07/01/2007 - Matéria atualizada em 07/01/2007 às 00h00

| Anilda Leão * Chega o final do ano e todos falam em confraternização, palavra bonita que traduz a fraternidade e o amor que devemos ter todos nós, pois afinal somos criados por Deus, seus filhos, portanto. O que vemos, no entanto, é exatamente o oposto do que é pregado. Guerras, as pessoas se digladiando e se matando, inclusive em nome do Criador. E isso já vem de séculos, ou por que não dizer, de milênios. No livro Poesias Modernas, Lamartine frisa muito bem: “Só o egoísmo e o ódio têm uma pátria; a fraternidade não a tem”. Tem razão o poeta francês, infelizmente não podemos contradizê-lo. A propósito dessas palavras, nos lembramos de que estamos em pleno clima natalino, quando devemos esquecer as rixas e desavenças e abraçar fraternalmente aqueles que nos rodeiam, afinal fazemos parte da mesma família humana. Se bem que muitos desses nossos irmãos andem por aí, perdidos, matando para roubar, assassinando friamente os seus semelhantes, estuprando crianças ou levando-as a praticar atos que conspurcam a sua inocência e comprometem o seu desenvolvimento emocional. Sim, somos irmãos desse tipo de gente como o somos das monjas enclausuradas que vivem uma vida de privação e orações. Todos viemos do mesmo Pai. Só que enquanto uns procuram levar a sua vida dirigida para o bem, outros se embrenham pelos caminhos tortuosos do mal. Mesmo assim, é nosso dever ajudar essas criaturas a voltar a trilhar o bom caminho, pois a ninguém deve ser vedado o direito ao arrependimento e à expiação de suas culpas. Tive a oportunidade, muitos anos atrás, de visitar prisões e cárceres, principalmente de mulheres, acompanhada por grupos amigos. Estendíamos as mãos e abraçávamos aquelas infelizes que, por um motivo ou outro, ali foram parar, reconhecendo, dessa forma, que aquela gente poderia mudar as suas vidas desde que o Estado não se omitisse do seu dever de reabilitá-las. É tempo de confraternização. Que o costume secular da ceia e do peru de Natal não nos leve a esquecer as centenas de famélicos que se espalham pelo mundo afora e principalmente aqui mesmo, tão perto de nós, nesse nosso Nordeste sofrido. E que Deus, nesse momento bonito de final de ano, consiga abrir um pouco os corações daqueles que, refestelados em suas poltronas, só pensam em suas vantagens pecuniárias e em encher os seus cofres já tão abarrotados. Que todos tenhamos um ótimo Ano- Novo. (*) É escritora.

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