Começa sob tensão crescente o novo governo estadual. A lista de decisões merece o nome de “medidas de impacto”, mas deveria lhe ser acrescentado o adjetivo “negativo”, dado o efeito provocado. Duas áreas essenciais sentem-se impactadas: polícia e magistério. E já alardeiam respostas, com aquartelamento e greve sendo palavras de ordem recorrentes. Apesar da memória recente apontar para outras situações semelhantes, nunca é demais relembrar os graves transtornos e significativos prejuízos sofridos pela população alagoana em função de protestos e paralizações semelhantes acontecidas há tempos bem próximos. Certamente o novo governo não anunciaria tais medidas sem estar num beco sem saída. Afinal, peitar duas categorias das magnitudes do magistério e da polícia não pode ser entendido como um gesto de marketing, ou pura bravata. Porém, alguma saída deste beco tem de ser encontrada. Corre o governo sério risco de isolamento, o que em política nunca é coisa boa. Essa evidência de solidão no poder só poderá ser dissipada com ações governamentais que compensem, de alguma forma, o negativo dos impactos provocados – ao mesmo tempo – em áreas tão amplas. Explicar mais detalhadamente as causas desse estrangulamento de caixa é um primeiro passo. Formular prazos e quantitativos para negociação com as categorias impactadas é outro passo urgente. E deve ser dado de forma subsequente ao primeiro, sob pena de tropeço sério. Foi dado um brusco freio, que se pretende de arrumação, na estrutura governamental. Como em todo veículo frenado, as reações são previsíveis – e até por isso não se poderá desconhecer os riscos do breque associado a uma mudança de direção. O caso agora é operar o resto da manobra sem perder o prumo, evitando uma derrapagem que pode ser desastrosa.