Opinião
Continuando com a hist�ria de Paris

| Lysette Lyra * Os Campos Elísios foram concebidos por Luiz XV. O plano foi executado pelo arquiteto Gabriel e vai do Louvre até o Arco do Triunfo, erguido mais tarde por Napoleão Bonaparte para comemorar suas batalhas. A Revolução de 1789 destruiu quase tudo que lembrasse o poder absoluto. Na Praça da Concórdia foi armada a guilhotina que levou à morte as figuras mais contraditórias do movimento. Além de Maria Antonieta, Luiz XVI e seus filhos, os Girondinos, Carlos Corday, e até os revolucionários Danton e Robespierre ali encontraram a morte. Dois conjuntos arquitetônicos foram erguidos na mesma praça, por Gabriel, no tempo de Luiz XV, limitando a Praça da Concórdia, formando um magnífico conjunto. Um era ocupado pelo Ministério da Marinha, outro pelo Hotel Crillon. Mais tarde Napoleão acrescentou ao lugar um obelisco trazido do Egito com hieróglifos que contam as façanhas do faraó Ransés II. Quando Bonaparte se apoderou do governo, Paris recobrou sua tranqüilidade. O Imperador era de uma atividade prodigiosa, e sua capacidade administrativa deu a Paris uma feição que perdura até hoje. Percier e Fontaine, seus arquitetos, construíram o arco do triunfo do Carrossel, o da Estrela e a Madeleine. Abriu avenidas, a Rua de Rivoli, etc. Em 1912 terminam a construção da Basílica de Montmartre. De 1815 até o presente Paris sofreu várias transformações. Muitas das obras extravagantes de Napoleão III foram modificadas e houve as demolições provocadas pela fúria destruidora do Barão de Haussemann. Sem obedecer a um caráter competente ele sente uma necessidade mórbida de restaurar as obras-primas do passado, principalmente as construções góticas e feudais. A Ópera de Paris e os grandes bulevares são de sua época. Como não possuía um estilo próprio se limitava a copiar. Foi chamado de século do progresso o que vai de 1837 a 1940. Paris se torna uma grande cidade. Começam a surgir as estradas de ferro. Os rebocadores iniciam sua navegação pelo Sena e aparecem os primeiros automóveis. Os grandes bancos abrem sucursais em vários lugares. Calçaram as ruas, o gás começou a iluminar a cidade. Antes se usavam lanternas. As exposições universais de 1889 presenteiam a capital francesa com a bela Ponte Alexandre III, com a Tour Eiffel, com o Grande e o Pequeno Palácio. Em 1937 constroem o Palais de Chaillot e o Museu de Arte Moderna. Os arquitetos contemporâneos falam em demolições para edificar uma nova cidade radiosa, mas felizmente a ?Comissão da Velha Paris?, defende-a e insiste em conservar o patrimônio histórico da cidade. Somente em bairros fora do centro, foi permitido edificar uma arquitetura moderna onde se destaca o bom gosto de Le Corbusier. (*) É escritora.