Pelas minorias - Editorial
As minorias jovens, constituídas de pessoas das comunidades indígenas, afrodescendentes, do meio rural, homossexuais, portadores de deficiência, aidéticos e de outros segmentos da sociedade seguem necessitando de maiores e efetivas ações das instituições
Por | Edição do dia 07/09/2007 - Matéria atualizada em 07/09/2007 às 00h00
As minorias jovens, constituídas de pessoas das comunidades indígenas, afrodescendentes, do meio rural, homossexuais, portadores de deficiência, aidéticos e de outros segmentos da sociedade seguem necessitando de maiores e efetivas ações das instituições públicas e de outros setores. As necessidades desses seres humanos são crescentes, enquanto permanecem tímidas as medidas de combate ao analfabetismo, à evasão escolar, à criminalidade, à violência, aos problemas da submoradia, do desemprego, do êxodo rural, das desigualdades, dos diversos tipos de discriminação. Bastam os números do Censo Demográfico do IBGE realizado em 2000 para termos esta certeza. Eles mostram, por exemplo, a existência de quase 250 mil indivíduos na população de jovens índios na faixa de 15 a 29 anos. Mais da metade deles enfrenta toda a sorte de dificuldades para sobreviver em lugares cada vez mais selvagens. De acordo com o referido levantamento, só a população negra no território nacional constitui 63,5% dos pobres e 68,6% dos indigentes. E mais: um negro de 25 anos tem, em média, seis anos de escolaridade e um branco, da mesma idade, 8,4 anos. Apenas 18% dos jovens, na faixa de 15 a 29 anos, vivem na zona rural, 10% deles são analfabetos e 80% precisam deslocar-se para os centros urbanos para terem acesso à educação. Essas questões, essas causas e conseqüências das desigualdades, da injusta distribuição das riquezas, são fatores crônicos que contribuem para o crescimento do contingente dos menos favorecidos no País e atrapalham os esforços dos que lutam para que sejamos um País com prosperidade real nas áreas urbanas e rurais. E vale lembrar que já no ano de 2002, segundo dados de um outro estudo do IBGE, havia cerca de 5 milhões de jovens desocupados ou mais de 40% da população desempregada.