app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5797
Opinião

De apag�o a palavr�es

| ODUVALDO PERSIANO * O cerimonial da Presidência da República bem que poderia prestar melhor serviço ao País, controlando os impetuosos discursos do chefe da Nação, expondo-se perante o Brasil e o mundo, com se estivesse ainda percorrendo o País, em com

Por | Edição do dia 19/09/2007 - Matéria atualizada em 19/09/2007 às 00h00

| ODUVALDO PERSIANO * O cerimonial da Presidência da República bem que poderia prestar melhor serviço ao País, controlando os impetuosos discursos do chefe da Nação, expondo-se perante o Brasil e o mundo, com se estivesse ainda percorrendo o País, em comícios e “pregações patriotas” nas portas das fábricas, cuja peregrinação lhe rendeu a conquista do elevado cargo, com o apoio indireto do ex-presidente Fernando Henrique, que demonstrou, à época, não pretender José Serra, decerto um candidato com maior potencial, sem arroubos de demagogia populista. Com efeito, Sua Excelência, empolgado com a votação que recebeu no último pleito, sempre usando frases de efeito para impressionar a massa da bolsa esmola, não tem medido as palavras, com colocações tipo : ponto G, saco cheio, rabo preso, etc. Os fatos, porém, provam que o falatório presidencial, a exemplo do que proclamou ordenando dia, hora e minuto, para que fosse resolvida a crise aérea, não tem surtido resultado positivo. Já no início do segundo mandato (o primeiro foi um fracasso), tem-se sinais de que seus subordinados estão gozando silenciosamente de suas deploráveis expressões verbais, pois decerto já sabem que aquilo é foguetório que se apaga em poucos segundos! São apelos populares ou populistas, servindo de instrumento capaz de arrebanhar votos dos incautos. Entretanto, o chefe da Nação diz algo a pessoas de sua intimidade, proclama apoio irrestrito a adesistas de última hora, de interesseiros, (leia-se Michel Temer) e, na prática , faz o contrário. Uma autoridade que nos parece zombar da miséria alheia, o ministro Valdir Pires, costumeiramente desinformado, mexendo com a inteligência de milhares de brasileiros, pede paciência e faz críticas aos penalizados controladores de vôo, esquecendo que os estômagos desse grupo são semelhantes ao de sua majestade! Recentemente, a Comissão de Fiscalização da Câmara, em audiência pública, fez insistentes indagações ao distante ministro da Defesa (ou da indefesa pátria), ao chefe da Aeronáutica, ao presidente da Anac (que nada controla e é mais um cabide de emprego, como outras) e ao responsável pela Infraero. Foram até contraditórios em seus depoimentos; demonstraram insegurança; não apontaram soluções a curto aprazo e apenas saíram, como sempre, pela tangente, expondo desculpas esfarrapadas. Se houvesse punições severas e se já tivesse sido concretizada formalmente a culpa dos que causaram o lamentável acidente com o avião da Gol, talvez já se apresentasse agora um panorama diferente. (*) É juiz aposentado ([email protected]).

Mais matérias
desta edição