Inseguran�a geral - Editorial
É de fazer medo a realidade da segurança pública em Alagoas. Muda-se governo e, aparentemente, nada muda no tocante a insegurança da população. Além do banditismo oficial, retornam os sintomas de metástases do crime político, tumor maligno que muito p
Por | Edição do dia 26/09/2007 - Matéria atualizada em 26/09/2007 às 00h00
É de fazer medo a realidade da segurança pública em Alagoas. Muda-se governo e, aparentemente, nada muda no tocante a insegurança da população. Além do banditismo oficial, retornam os sintomas de metástases do crime político, tumor maligno que muito prejudicou Alagoas em tempos nem tão longínquos assim. Neste mês de setembro de 2007, inclusive, registra-se o cinqüentenário do grande tiroteio na Assembléia Legislativa, confronto armado entre as principais lideranças políticas daquela época, infelizmente coroando uma série de outros crimes de mando político que vitimava gente dos dois lados. Isso foi em 1957. Em 2007, a contabilidade dos tempos recentes indica crimes de mando político que teimam em permanecer insolúveis do ponto de vista de seus inquéritos. Nesse levantamento podem ser incluídos casos como a chacina de Roteiro, o assassinato de cabos eleitorais em Maceió, a morte do vice-prefeito do Pilar, município que vivenciou, há dois dias, mais um político trucidado. Cadê os acusados por esses crimes? Quais os resultados concretos das investigações? E como se não bastassem os sinais de crescimento deste tipo de crime de mando, são assustadores os demais dados sobre a segurança pública em Alagoas. Num rápido passar de olhos na primeira página da Gazeta de Alagoas, em nossa edição de domingo, 23 de setembro deste ano, leremos que nos oito primeiros meses de 2007, 141 presidiários escapuliram de suas celas (em 2006 foram 263 as fugas registradas), tendo sido descobertos 27 túneis de saída dos presídios; além disso, mais 112 pessoas detidas nas delegacias lograram sucesso em suas fugas. E, nesse quadro tenebroso, a burocracia e os conflitos internos atrapalham o funcionamento dos órgãos de combate ao crime. Até quando seremos reféns da impunidade?