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Nº 5798
Opinião

Obviedades ocultas - Editorial

Em sua – rápida – passagem por Alagoas, o ministro da Saúde prescreveu pílulas de bom senso que seriam de bom alvitre se fossem transformadas em posologia permanente para lideranças grevistas e autoridades do governo. Numa primeira resposta – óbvia, por

Por | Edição do dia 28/09/2007 - Matéria atualizada em 28/09/2007 às 00h00

Em sua – rápida – passagem por Alagoas, o ministro da Saúde prescreveu pílulas de bom senso que seriam de bom alvitre se fossem transformadas em posologia permanente para lideranças grevistas e autoridades do governo. Numa primeira resposta – óbvia, porém necessária de ser dita e repetida – o ministro alertou que os recursos prometidos (cerca de R$ 80 milhões a mais por ano) não se destinam à folha salarial dos servidores da saúde. Tal questão – a de que os recursos públicos não servem exclusivamente para pagar salários – apesar de sua ululante obviedade, precisa ser repetida cotidianamente em Alagoas, pois há muito tempo a conta de divisão esgrimida nas negociações entre sindicatos e governo parece ter um único denominador: salários. Fundamentais são os salários e os servidores de todos os níveis têm direitos inalienáveis e precisam pôr a boca no mundo para tentar recuperar o poder de compra expresso em seus contra-cheques. Isso nem se discute. Mas é também indiscutível que o apurado pelo tesouro estadual tem destinações igualmente indispensáveis para o funcionamento da máquina de Estado (saúde, educação, segurança pública...). Percebendo o afã e o atabalhoamento postos à mesa, o ministro se antecipou e lembrou o destino dos recursos a liberar. Numa outra injeção de bom senso, o titular do Ministério da Saúde deplorou a invasão de hospitais (especificamente a Unidade de Emergência de Maceió) como forma de luta. Como pode alguém ter dúvidas sobre a ilegitimidade de se transformar em palco para manifestações uma área destinada a mitigar a dor humana? Ao reafirmar as responsabilidades das lideranças sindicais e das autoridades do governo estadual na resolução das intermináveis greves (salariais), o ministro novamente foi feliz em lembrar o óbvio. Será que se fez entender?

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