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Nº 5790
Opinião

Em �rbita da paz - Editorial

Ontem foi comemorada, discretamente, uma data histórica para a ciência contemporânea: 50 anos do primeiro objeto feito pelo homem a estar em órbita da Terra. No dia 4 de outubro de 1957, precisamente às 16 horas, 28 minutos e 34 segundos – horário local

Por | Edição do dia 05/10/2007 - Matéria atualizada em 05/10/2007 às 00h00

Ontem foi comemorada, discretamente, uma data histórica para a ciência contemporânea: 50 anos do primeiro objeto feito pelo homem a estar em órbita da Terra. No dia 4 de outubro de 1957, precisamente às 16 horas, 28 minutos e 34 segundos – horário local do Cazaquistão – subia aos céus um foguete de 267 toneladas e 29 metros de altura. Queimava oxigênio líquido e querosene e levava um satélite de formato redondo, com 63 cm de diâmetro e 83,6 quilos, chamado Sputinik. Em pleno auge da guerra fria, o que poderia ter sido um momento de festa pela paz foi traduzido imediatamente como um movimento estratégico guerreiro. Lyndon Johnson, presidente americano, alertou para os grandes riscos que o mundo ocidental corria, avaliando que os soviéticos haviam conseguido colocar uma “cabeça de ponte” no espaço. Esse termo, hoje em desuso, significa a conquista de uma posição avançada de uma tropa em relação a outra, especialmente perigosa se for situada numa posição mais alta. Tinha tudo a ver. Meio séculos depois, a URSS não mais existe e a maioria dos jovens nem sabe direito o significado do termo “soviético”. Hoje satélites inúmeros fazem suas revoluções pacíficas em torno da terra e outros tantos objetos voadores identificados cumprem missões espaciais em vários locais do nosso Sistema Solar. Mas, como ontem, nos dias de hoje as autoridades (especialmente americanas e russas) insistem em tirar das gavetas projetos do tipo “Guerra nas Estrelas”. 50 anos depois do Sputinik a paz ainda é um objeto do desejo em órbita de um mundo de sonhos. Na terra e no espaço real, a ciência ainda tem os cordões puxados pelos senhores da guerra. Que bom seria se, daqui a 50 anos, o quadro fosse outro e que o centenário desta conquista histórica, estratosférica, fosse comemorada sob a paz na Terra.

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