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Nº 5795
Opinião

Nossas crian�as

| Milton Hênio * Estamos no início da semana da criança. Homenageamos, assim, o futuro do Brasil, a riqueza, o grande tesouro de nossa Nação. Não é de hoje que a criança brasileira é relegada ao mais absoluto descaso, morrendo aos milhares de causas evit

Por | Edição do dia 07/10/2007 - Matéria atualizada em 07/10/2007 às 00h00

| Milton Hênio * Estamos no início da semana da criança. Homenageamos, assim, o futuro do Brasil, a riqueza, o grande tesouro de nossa Nação. Não é de hoje que a criança brasileira é relegada ao mais absoluto descaso, morrendo aos milhares de causas evitáveis. Milhares de crianças em idade de 5 a 12 anos perambulam pelas ruas, dormem nas ruas, cheiram cola, assaltam, convivem com as piores situações que uma criança nessa idade pode enfrentar. Aí está para exemplo de todas as idades, os toxicômanos, os frustrados e incapazes, todos vítimas de dramas que viveram na infância e que resultaram na falta de desenvolvimento da personalidade e da estrutura do caráter. E incontáveis são esses dramas vividos pela criança: abandono, privação materna ou paterna, negligência, maus tratos psicológicos e físicos. Tudo isso acontece na sociedade atual. Lares instáveis, lares defeitos, resultado da separação dos pais, lares negligenciados, onde pai e mãe não tem tempo suficiente para ficar ao lado dos filhos, lares brutalizados, onde a violência é uma rotina, conseqüência de pais irresponsáveis, que agressivos ou alcoolizados, maltratam a esposa e os filhos causando-lhes profundas marcas que vão perdurar pelo resto da vida. Contingente imenso da população brasileira vive à margem do progresso econômico e social, marginalizados por não possuírem a menor possibilidade de atender às mínimas necessidades em alimentação, habitação, saúde, vestuário e educação. E assim, ela cresce revoltada com o sofrimento que a acompanha durante um longo período de sua vida e, quando não é bem conduzida por instituições ou na escola, envereda pelo caminho das drogas ou do crime, seja com a desculpa que é para sobreviver, seja para maltratar a sociedade que a desprezou. Nossas crianças crescem depressa. De repente não estamos mais trocando suas fraldas; logo iremos levá-las ao colégio e depois à porta da universidade. Assim é a vida. Como diz o grande escritor Tagore: “Como anseios da terra, as árvores se colocam na ponta dos pés para alcançar o céu”. E, segundo Jesus Cristo, “se conhece a árvore pelos frutos que dá”. Os frutos são exemplo de nossas ações e de nossa conduta; as flores dessas árvores são os momentos de alegria, momentos de solidariedade, instantes de doação que todas as crianças, possam ter para uma caminhada feliz. Portanto, a grande missão dos pais neste século é desenvolver nos filhos o sentido da responsabilidade e criar filhos pacíficos e solidários. (*) É médico.

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