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Nº 5790
Opinião

V�cuo energ�tico

| Geoberto Espírito Santo * Por energia entende-se a hidráulica, petróleo, gás natural, nuclear, álcool, biocombustíveis, eólica, biomassa, carvão vegetal e mineral. Mas em Alagoas, energia sempre foi a eletricidade da Ceal. Com a federalização, o conce

Por | Edição do dia 09/10/2007 - Matéria atualizada em 09/10/2007 às 00h00

| Geoberto Espírito Santo * Por energia entende-se a hidráulica, petróleo, gás natural, nuclear, álcool, biocombustíveis, eólica, biomassa, carvão vegetal e mineral. Mas em Alagoas, energia sempre foi a eletricidade da Ceal. Com a federalização, o conceito energia deveria ter ocupado o vácuo energético que ficou no Estado. A energia, não apenas a eletricidade, deve ser fator de progresso de Alagoas, geradora de capacitação, tecnologia, investimento, emprego e renda para a melhoria da qualidade de vida. Sempre ouvimos que Alagoas pode ser auto-suficiente em energia, têm bagaço-de-cana, vento, sol tropical, quedas d’água, enfim, ter uma matriz energética sustentável. Será que falta apenas a tão falada vontade política? Será que os que dizem isso conhecem o mercado de energia? Será que acham que tudo isso pode aparecer num toque de mágica, sem nenhum estudo, sem segurança institucional, sem visão empresarial, sem preços atrativos, sem investimento, em suma, sem muito trabalho? Se formos verificar, concluiremos que não estamos preparados para transformar essas supostas vantagens comparativas em vantagens competitivas no curto prazo. Dizemos supostas porque os estudos são embrionários, a atuação institucional é praticamente inexistente e o mercado requer credibilidade e segurança para o investimento. Fala-se muito em matriz energética sustentável, mas isso não é definido, nem quantificado, nem qualificado em Alagoas. O último balanço energético do Estado é de 1986. Como pode ser definida uma política, nem projetada uma matriz, se não temos a contabilidade energética de produção e consumo, não sabemos onde estamos e nem aonde queremos chegar? Não temos uma avaliação concreta de nossas potencialidades e dos reflexos socioeconômicos e ambientais da utilização dessas fontes. O Estado continua dependente da eletricidade da Ceal, que agora é do governo federal, e sequer tem assento no Conselho de Administração da companhia. Quando não existe estrutura para se trabalhar com energia, as questões institucionais passam à margem. A atuação dos agentes, as decisões das agências reguladoras e a legislação sobre o uso da energia são editadas quase todos os dias e terminam sem posicionamentos locais. Essas decisões não afetam os interesses de Alagoas e não vêm recebendo uma atenção maior, quer da bancada federal, quer da estadual, porque o Estado não tem política energética, não tem instrumentação para municiar seus parlamentares com argumentos para que possam melhor defender os interesses do povo alagoano. (*) É engenheiro.

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