| Rubens Villar * Recentemente estive na Rússia. Em Moscou visitei a famosa Praça Vermelha, palco de desfiles militares e exibição de armas poderosas, com a presença de altos dignitários do comunismo internacional, durante a guerra fria com o Ocidental. Hoje, turistas do mundo inteiro buscam conhecer seus monumentos históricos. O atual governo, antenado com a força do turismo internacional e a necessidade de abrir as portas do país a visitantes ávidos por conhecer sua cultura, permite que se visite até o interior do Kremlin. Ao ingressarmos neste mundo, antes misterioso e inacessível, nos deparamos com um magnífico conjunto de palácios, igrejas e prédios, construídos em diferentes fases da longa e conturbada história deste país. Próximo ao portão de entrada desta fortaleza monumental, com um muro de mais de doze metros de altura, que separa a Praça Vermelha do Kremlin, nos deparamos com o palácio que serviu de residência oficial a Stalin, o mais duro e temível dos seus dirigentes. Precavido, fez construir um braço do metrô subterrâneo da cidade até o Kremlin que o levava a sua Dacha, para o convívio com a família no campo, distante dos olhos dos antagonistas políticos. Mais adiante, o modernoso Palácio do Congresso erguido em 1961 pelo controvertido primeiro-ministro Nikita Kruchev em contraste com o antiguíssimo Palácio do Grande Kremlin, residência dos imperadores russos. Seguem as seculares e belíssimas catedrais: a de Assunção, uma combinação perfeita da arquitetura russa com o estilo renascentista italiano, e a Catedral do Arcanjo, onde estão sepultados vários príncipes e Tzares. Do outro lado, a casa das armas abriga a guarda pessoal, que mantém a segurança da residência e o salão de despachos onde o atual dirigente Vladimir Putin recebe os dignatários de outros países, apenas a cinqüenta metros dos turistas. Curiosamente estão expostos nos Jardins de Alexandre, extremamente bem cuidados, imensos sino e canhão da época dos Czares. A Igreja de Ivan, o Grande, é o monumento que mais se destaca, com suas cúpulas octogonais douradas de 80 metros de altura, vistas de quase toda Moscou. A Praça Vermelha é considerada o coração e o Kremlin representa o cérebro político deste país e desta metrópole que abriga hoje cerca de 10 milhões de habitantes. (*) É ex-deputado, ex- senador, ex-governador de Roraima.