Chicago de mil encantos
| Lysette Lyra * Saímos do Navy Pier, atravessamos o Olive Park, cruzamos o Lake Shore Road e logo estávamos no grande River East Art Center e nas Galerias Reat. Lá encontramos os mais belos exemplos da pintura e escultura contemporânea. Quadros, cujo co
Por | Edição do dia 06/11/2007 - Matéria atualizada em 06/11/2007 às 00h00
| Lysette Lyra * Saímos do Navy Pier, atravessamos o Olive Park, cruzamos o Lake Shore Road e logo estávamos no grande River East Art Center e nas Galerias Reat. Lá encontramos os mais belos exemplos da pintura e escultura contemporânea. Quadros, cujo colorido e o jogo de espessuras do material pictórico, são usados com uma tal maestria que encanta. Estatuária de formatos extravagantes, mas de enorme bom gosto. Continuamos a seguir pela avenida que ladeia o Rio Chicago, próximo ao museu, chegando à grande Michigan Avenue. Distraidamente, olhamos as vitrines cheias de charme e nos encantamos com a originalidade dos prédios antigos avizinhados do estonteante Water Tower Place com seus 98 andares. Resolvemos subir ao último andar para admirar a cidade, lá de cima. Vemos a beleza dos grandes lagos e as terras cobertas de prados de três dos Estados vizinhos: Visconsin, Michigan e Ohio. Chicago foi construída, em grande parte, sobre áreas pantanosas, drenadas. A presença do Rio Chicago, que se une ao Mississipi, e do Lago Michigan, que tudo alagam quando se dão as enchentes, forçou a necessidade dessa medida, no sentido de aumentar seus limites, como também, nasceu a idéia de construir gigantescos arranha-céus. O primeiro a ser edificado, com uma estrutura de metal, foi motivo de grande admiração e curiosidade, sobretudo para os engenheiros da época. Mas o Estado de Illinois é dono, também, de terras planas e muito férteis e a região é rica em minerais, tornando-o um dos mais produtivos do país, quer na indústria, quer na agropecuária. Além disso, a rede ferroviária tem Chicago como ponto de cruzamento para outras direções e, acrescida de portos lacunares, facilmente escoa suas riquezas. Seu desenvolvimento tornou-a grandemente atraente para os emigrantes, assim é uma cidade tão cosmopolita quanto New York. Sua população negra é muito grande. Depois que foram libertados da escravidão, muitos deles vieram para essa cidade nortista que lhes prometia trabalho, e onde o racismo era menos agressivo. Tradicionalmente esta metrópole no meio-oeste é chamada Loop (anel) devido à via férrea elevada que a circunda. Saímos pela Rua Fairbanks, próxima ao hotel, em busca do Hospital Northwestern Memorial para ver se conseguíamos uma prescrição médica para comprarmos um remédio, muito importante, que havíamos esquecido de levar. Ficamos surpresos com os monumentais edifícios moderníssimos que compunham o hospital, a universidade e seus inúmeros departamentos. (*) É sócia efetiva da Academia Alagoana de Letras.