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Nº 5790
Opinião

Portas abertas para as mulheres

| Dom Fernando Iório * No último 27 de setembro, durante a celebração da Jornada Mundial do Turismo, enviou o Santo Padre, Bento XVI, cordial saudação ao evento, com o desejo de que servisse a celebração para potencializar os valores positivos do turismo

Por | Edição do dia 11/12/2007 - Matéria atualizada em 11/12/2007 às 00h00

| Dom Fernando Iório * No último 27 de setembro, durante a celebração da Jornada Mundial do Turismo, enviou o Santo Padre, Bento XVI, cordial saudação ao evento, com o desejo de que servisse a celebração para potencializar os valores positivos do turismo. Um dos fenômenos sócio-culturais mais característicos que o século 20 deixou para o novo século 21 foi a progressiva afirmação da mulher como sujeito criativo na história humana. João XXIII, de relembrada memória, em sua encíclica “Pacem in Terris”, assinalava “a presença da mulher na vida pública”, como sinal característico dos tempos modernos e acrescentava: “Tem a mulher adquirido aquela consciência, cada dia mais clara, de sua própria dignidade humana. Por isso, não podemos tolerar seja ela tratada como algo inanimado ou um mero instrumento a serviço da coisa pública. Bem a propósito, a Organização Mundial do Turismo está propondo, como tema de reflexão: “O turismo abre as portas às mulheres”. Trata-se de feliz e importante ocasião para refletir sobre os diversos aspectos do problema, não só pelo que se refere à complexa realidade do turismo contemporâneo, senão também pela concreta acolhida das necessidades que derivam da dignidade própria da mulher. Os dados estatísticos mais recentes difundidos pela Organização Mundial do Turismo assinalam que, apesar das diferenças de uma região geográfica para outra, quase 46% da força do trabalho da indústria turística mundial, trazem a marca feminina. Por essa razão, mesmo tendo muitas necessidades de garantias legislativas, culturais e morais é, sem dúvida, o turismo uma porta aberta para a afirmação das mulheres em todas as partes do mundo. São presenças, com papéis diversos que em nada diminuem, mas só aumentam a dignidade própria de cada mulher. Lamentavelmente, é necessário reconhecer que, apesar dessa maciça e funcional presença feminina, persiste, em não poucos casos, a segregação vertical da mulher da gerência e da responsabilidade de direção maior do turismo, em vista da persistência de alguns estereótipos tradicionais, atribuições de papéis subalternos naquelas partes do mundo onde a mulher é colocada em condição de minoria e fonte de injustiça. Pelo menos, entre nós, deve haver abertura, sem discriminação ao trabalho feminino em todas as áreas do turismo que exigem um sorriso de ternura ou um relacionamento carinhoso e firme da presença feminina. (*) É bispo emérito de Palmeira dos Índios e membro da Academia Alagoana de Letras.

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