Um monstro cresce - Editorial
Ao se encerrar, esta semana renova as esperanças dos alagoanos para com o fim da impunidade. Quer seja pela continuidade dos trabalhos da Operação Taturana, quer seja pela prisão, em São Paulo, de uma ex-autoridade há muito procurada, a semana contabili
Por | Edição do dia 15/12/2007 - Matéria atualizada em 15/12/2007 às 00h00
Ao se encerrar, esta semana renova as esperanças dos alagoanos para com o fim da impunidade. Quer seja pela continuidade dos trabalhos da Operação Taturana, quer seja pela prisão, em São Paulo, de uma ex-autoridade há muito procurada, a semana contabiliza pontos positivos para a segurança pública em Alagoas. Ressalte-se, porém, que o crédito dessa contabilidade positiva vai para a Polícia Federal. E as nossas forças policiais locais, o que tem a nos apresentar? Certamente trabalho houve durante toda a semana. Certamente operações foram levadas adiante com sucesso. Certamente os efetivos das polícias alagoanas não se omitiram. Mas os resultados gerais, do ponto de vista da cidadania, seguem sendo pífios. Nesta mesma semana encerrada hoje, foi divulgada na terça-feira (11 de dezembro de 2007) uma estatística recheada por números medonhos, indicando o crescimento em 33% do número de homicídios na capital alagoana. Segundo o levantamento feito pela Polícia Militar de Alagoas, até o mês de novembro foram registrados 741 homicídios em Maceió contra 491 assassinatos assinalados durante o mesmo período de 2006. Vale a pena reconhecer o mérito da Polícia Militar em ser transparente mesmo sob uma realidade desfavorável. Corretamente, a PM/AL exibe os números (preocupantes) de seus levantamentos. Contribui assim para o real dimensionamento do problema, o que é essencial para o estudo das soluções adequadas. Corajosamente, o Comando de Policiamento da Capital avalia que uma das causas do crescimento do número de homicídios é a greve na Polícia Civil. Começamos a visulizar melhor o monstro que nos agride e a tarefa, agora, é nos defender dele e vencê-lo. Os exemplos oferecidos pela Polícia Federal reafirmam que não existem espectros inalcançáveis.