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Nº 5759
Opinião

Nordeste arretado .

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Por Marcos Davi Melo - médico e membro da AAL e do IHGAL | Edição do dia 20/01/2024 - Matéria atualizada em 20/01/2024 às 04h00

O último Enem trouxe resultados alentadores para o Nordeste: tivemos o melhor resultado por região, com 25% de aprovação em relação às melhores notas em redação. O Nordeste tem 27% da população brasileira, mas tivemos 45% das melhores notas. É nossa região que mesmo economicamente pobre reassume o seu protagonismo cultural nacional.

É um protagonismo que se apresenta em setores fundamentais da cultura, como a literatura, a música e o folclore. Na literatura, entre os autores mais lidos internacionalmente, estão Graciliano Ramos e Jorge Amado, com seu livro “ Capitães da Areia”, e Clarice Lispector, que mesmo não sendo nordestina, viveu em Alagoas. A sua obra “A Hora da Estrela” conta a história de Macabea, uma mulher que sai de Alagoas para o enfrentar o Rio de Janeiro, e a sua adaptação cinematográfica com Fernando Montenegro é icônica, o que também ocorre com as adaptações cinematográficas de obras de Graciliano e Jorge Amado.

Na música, entre as mais interpretadas nacional e internacionalmente estão a “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, nascido em Ubá, MG, mas baiano de coração; “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, “Manhã de Carnaval”, de Antônio Maria e Luiz Bonfá, e “Mamãe Eu Quero”, do nosso conterrâneo Jararaca, que abriu as portas do mercado norte-americano para a música brasileira, sendo interpretada por Cármen Miranda em filmes como Serenata Tropical, mas também em filmes com Jerry Lewis, Bing Crosby, Judy Garland e até em animações de Tom e Jerry com o título de “I Want My Mama”. “Mamãe eu Quero” ainda é a marchinha mais interpretada em todos os carnavais.

Nosso folclore é imbatível: temos o São João com forró e baião e no Carnaval compartilhamos o pódio com o Rio de Janeiro com o samba que floresceu por lá, mas nasceu na Bahia; Recife, com o frevo, e Salvador, com o axé, que dividem as preferências dos foliões, e a nossa Maceió é o destino nacional preferido por quem não quer entrar na folia, que aqui vem em busca das praias, comer sururu, siri-de-coral, maçunim e carapeba.

Eita Nordeste arretado, a nossa liderança cultural nacional está preservada!

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