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Nº 5759
Opinião

Uma fronteira nada bendita .

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Por Luiz Henrique Piauhylino de Melo Monteir - economista, pós-graduado em gestão de empresa pela FGV | Edição do dia 08/02/2024 - Matéria atualizada em 08/02/2024 às 04h00

Recentemente, assistimos inertes a um surto de violência urbana crescente e de grandes proporções no Equador. Mas, o que tem a ver o Brasil com o país equatoriano? O crime organizado. Óbvio, eis a questão! De fato, são países completamente distintos em todos os aspectos, sobretudo na capacidade de geração de riqueza, mas a configuração em comum está ligada à questão das organizações criminosas, uma clara e grave tendência nos países latino americanos e que vem se alastrando nesta grande parte do mundo.

Essa forte tendência a uma rápida expansão e, quiçá, ilusória prosperidade do crime organizado, acontece em resposta à baixa geração de riqueza nas economias latino americanas e está cada dia mais evidente, desde o estado mexicano de Sonora à província de Santa Cruz, na Argentina. Há de se entender também que a existência de facções criminosas independe da ideologia política exercida por cada país latino, até porque o fato é que nenhum destes países e, neste ponto, quero aludir ao exemplo do Chile, que após período ditatorial tornou-se um país referência na questão da criminalidade, está conseguindo frear ou até mesmo conter essa escalda que parece sem fim, de ponta a ponta na região de língua românica. E o que é pior, nenhum dos países latinos estão conseguindo gerar a tão sonhada prosperidade para combater a desigualdade social e, principalmente, erradicar a pobreza, segundo apontam os dados recentemente mencionados pelo Banco Mundial e pela CEPAL (Comissão Econômica para América Latina), organizações totalmente isentas de ideologias políticas.

No Brasil, as grandes organizações criminosas apresentam características distintas das existentes em outros países como Colômbia, México, Bolívia, Peru e o próprio Equador, lembrando que, por aqui, o crime organizado é pesado! Domina e é detentor de centros urbanos como (por exemplo) há décadas acontece no Rio de Janeiro. A máfia brasileira e internacional há muito também estão se infiltrando e expandindo velozmente seus negócios clandestinos em nossa floresta equatorial. Com todo seu poderio bélico, o crime organizado desafia a polícia e, sobretudo o exército nacional, já infiltrando-se também na política e em partidos políticos.

Carecemos atualmente de lideranças que unidas sejam fortes o suficiente para assumir a luta do combate ao crime. Mas, infelizmente, pelo contrário, estamos diante de maioria governos populistas que, indiretamente, fomentam atividades escusas e, geograficamente falando, o Brasil tem uma característica ainda mais desafiadora, pois paga um preço altíssimo por sua vasta fronteira nada bendita.

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