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Nº 5759
Opinião

Cultura tóxica e cultura ética .

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Por LUIZ HENRIQUE LIMA - conselheiro certificado CCA, D. Sc. e professor | Edição do dia 09/02/2024 - Matéria atualizada em 09/02/2024 às 04h00

No último Congresso do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa uma das palestras que mais me impactou foi a do consultor Alexandre di Micelli, que abordou o tema da cultura nas organizações.

De imediato, recordei a frase do guru Peter Drucker: “a cultura come a estratégia no café da manhã”.

Com efeito, o melhor planejamento estratégico não terá êxito se não estiver sintonizado com a cultura organizacional.

E esta é determinada, não por declarações de princípios emolduradas para visibilidade pública, mas pelas atitudes e exemplos concretos emanados das lideranças.

Lideranças com comportamento tóxico disseminam uma cultura tóxica.

E, ainda que possa produzir alguns resultados impactantes no curto prazo, uma cultura tóxica é o câncer que irá implacavelmente minar a sustentabilidade do negócio.

Entre algumas características da cultura tóxica descritas pelo professor Micelli, destacam-se: líderes inquestionáveis e arrogantes, exclusão dos que exercem o pensamento crítico, elevada pressão por adesão incondicional às diretrizes “de cima”, opacidade no sistema de incentivos, medo de retaliações e tolerância a violações éticas na busca de resultados.O antídoto preconizado é a semeadura de uma cultura ética e saudável.

Suas características, entre outras, são: transparência, justiça organizacional, diversidade e inclusão, cooperação, empatia, segurança psicológica, senso de comunidade e propósito.

Há pelo mundo múltiplos exemplos de grandes organizações, outrora líderes nos seus campos de atuação, que foram destruídas pela cultura tóxica e na sua queda arrastaram um universo de colaboradores, clientes, fornecedores e comunidades. Nada obstante, ainda se observa um certo fascínio pelo mito de executivos carismáticos, geniais e infalíveis.

Para alguns, a cultura ética é vista como “chata”.

O líder sereno, que exerce a escuta ativa e não distribui impropérios aos subordinados, empolga menos que aquele com trejeitos teatrais e slogans motivacionais, que transita pela empresa com a chibata numa das mãos e um punhado de guloseimas na outra.

No entanto, é desse líder ético que necessitam cada vez mais as organizações privadas e públicas.

Sem integridade na sua essência, não haverá perenidade na sua existência.

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