Os dez anos da Casa da Palavra
| Lysette Lyra * Há dez anos passados, um distinto esculápio alagoano, após fazer um curso de pós-graduação nas avançadas instituições médicas de uma das cultas urbes inglesas, ao voltar a pequena cidade natal, Maceió, teve a iluminada idéia de transform
Por | Edição do dia 01/01/2008 - Matéria atualizada em 01/01/2008 às 00h00
| Lysette Lyra * Há dez anos passados, um distinto esculápio alagoano, após fazer um curso de pós-graduação nas avançadas instituições médicas de uma das cultas urbes inglesas, ao voltar a pequena cidade natal, Maceió, teve a iluminada idéia de transformar a bela morada de seus avós, em uma casa de cultura. A lacuna de conhecimentos, tão sensível no seu Estado, incomodava-o. Influenciado pelo ambiente a que se acostumara a conviver na Inglaterra, o doutor Ricardo Nogueira, sonhava em fazer algo que pudesse ajudar o crescimento cultural de seus concidadãos. Quando recebeu de herança, do avô, o amplo imóvel, e contando com o apoio familiar, não teve dúvidas em transformá-lo numa instituição que acolhesse algumas formas do saber. Estava criada a Casa da Palavra, que tem, desde então, formado líderes não só para Alagoas, mas, para todo o Brasil. Lá são administrados treinamentos em Oratória, Comportamento Empresarial, Comunicação e Liderança, Curso de Formação de Professores, e, também, curso de Emergências Clínico-cirúrgicas, destinado a capacitar acadêmicos e médicos para atuar em hospitais de pronto-socorro. Naturalmente para mantê-la nas condições de eficiência e seriedade a que se propõe, sem nenhum apoio estatal, necessita da compreensão e da solidariedade de toda sociedade, pois suas obrigações são as mesmas que suportam outras instituições culturais em nosso País. Num Estado em que a educação é precária, o analfabetismo ocupa uma estatística assustadora, é bem vindo todo esforço em benefício da instrução. É impressionante o número de pessoas pouco capacitadas a ocupar os mais simples empregos! Estabelecimentos do nível da Casa da Palavra, são de indiscutível objetividade para nosso meio. Os alagoanos contam com raras instituições que os habilitem a enfrentar as vagas existentes nas diversas profissões. A Casa da Palavra preenche, pelo menos, uma grande parte dessa deficiência. Alguns anos atrás, fiz, na Casa da Palavra, um curso de Califasia, com a professora Venúzia de Barros Mello, muito benéfico, no sentido de melhor pronunciar as palavras. O estabelecimento é muito bem montado, possuindo um confortável auditório, que tem sido palco de vários eventos, contando, quase sempre, com a apresentação criativa do professor Ricardo, que sabe incluir, em suas falas, um toque de humor, tornando-as leves e agradáveis, não importa quão graves sejam os assuntos. Alagoas deve ser agradecida a este emérito personagem pela sua dedicação à cultura local, criando a Casa da Palavra. Aproveito o ensejo para reiterar meu profundo reconhecimento, por ter dado meu nome ao café literário do nobre estabelecimento. (*) É escritora.