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Em busca da verdade: família .
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No final do ano passado, fui convidada para assistir ao evento Notas Clássicas, na Sala São Paulo, promovido por uma empresa recém-constituída, chamada “Em busca da verdade”. Título mais do que atraente, em uma era em que a palavra “pós-verdade” foi inserida no dicionário de Oxford.
O início do vídeo institucional transmitido no encontro apresentava a crise e a receita para o desastre, devido também ao excesso de informação e deformação, e à falta da oportuna preparação para liderar a própria vida, em primeiro lugar, e não ser arrastado para a “vala do comum”.
De fato, após uma excelente palestra envolvendo questionamentos filosófico-antropológicos atuais e um concerto “bravíssimo”, onde o renomado pianista Álvaro Siviero se destacou especialmente durante o segundo movimento da Sonata ao Luar de Beethoven, deixei o espetáculo pensando no efeito que a noite deveria ter produzido em cada uma das praticamente mil pessoas que puderam participar ao vivo.
Uma semente também atingiu meu coração. Alguns dias depois, tive a oportunidade de conversar com Guilherme Freire, um dos sócios, durante uma reunião de Natal, sobre o projeto. Para mim, um presente.
No início do ano, falei com Gabriel Kanner, também mentor do projeto, e abracei o ideal, aliás muito concreto: formação clássica para líderes; filosofia do zero, uma editora própria; um clube de convivência e experiência, para juntos think big (pensar grande)…
Enfim, esta é uma reflexão para empreender a própria mudança rumo à excelência, e ação, de forma a impactar a família, a empresa e a sociedade.
Envolvendo jovens comprometidos de diversos setores, a proposta conta com garra e energia de quem sabe onde quer chegar e os meios para tal. Com aulas presenciais e online, reuniões, almoços, viagens, chegando a empresários, gestores, professores e profissionais de diversas áreas em clima de amizade e verdadeira liberdade.
É impossível não se entusiasmar - en theos - pois a proposição promete eficácia.
De fato, tenho comprovado, ao longo dos últimos anos, que não se pode subestimar o desejo do ser humano em ser humano. E também o quanto esta geração teme deixar o mundo confuso em que vivemos para seus filhos e netos. Paralelamente há uma grande sede de sentido, para exercer a própria profissão e relações humanas de forma autotranscendente e não utilitarista, já que, como bem afirma John Mitchell Finnis (filósofo e teórico do Direito australiano), o egoísmo é uma automutilação social.
Palpa-se portanto uma busca interior e exterior, da verdadeira felicidade humana para a qual fomos projetados, tão bem preconizada por Aristóteles.
Nesse contexto, apresentamos uma via possível, a way out, a way up (uma saída, uma maneira de subir): buscar conosco a verdade, de forma metodológica, sistemática, científica, racional e relacional, para transformar vidas, a partir da nossa. Hoje, alegro-me de compor a equipe e convido a todos a conhecer essa audaz iniciativa. Afinal, como diria Agostinho, “os tempos somos nós”!