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Nº 5700
Opinião

Normalização avança para responder às urgências climáticas

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Por Mario William Esper - presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) | Edição do dia 24/04/2024 - Matéria atualizada em 24/04/2024 às 04h00

A busca por soluções que contribuam para a mitigação das mudanças climáticas e transição para a economia de baixo carbono nunca esteve tão em evidência. Nesse sentido, o Brasil lidera a agenda do clima por ser rico em recursos renováveis para produção de energia hidráulica, solar, eólica e a partir da biomassa, biogás e biocombustíveis.

Diante desse cenário, a normalização brasileira avança para contemplar as urgências climáticas em diversas frentes. O hidrogênio, combustível considerado do futuro por ser fonte de energia renovável, inesgotável e não poluente, é uma das tendências para a transição mais sustentável.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT como representante oficial da Organização Internacional de Normalização (ISO), lidera a elaboração da norma para determinar as emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção, acondicionamento e transporte de hidrogênio até o consumo.

O mercado do hidrogênio de baixo carbono é hoje um dos mais disputados para cumprir as metas de descarbonização. Para ter acesso a ele é necessário ter regras claras. As normas técnicas oferecem avaliação padronizada de emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE), proporcionam mais eficiência ao mercado, ajudam na tomada de decisão e dão base para a regulamentação e certificação.

A agenda de mitigação é tão importante para a Normalização, que o Brasil está criando a primeira norma para Mensuração, Relato e Verificação (MRV) das emissões de GEE. Ainda não existem diretrizes para adoção do MRV, por isso esse documento irá auxiliar os setores em como medir e gerenciar as emissões dos gases de efeito estufa e até mesmo adotar a certificação ABNT, que comprova o comprometimento com o meio ambiente.

Em apoio a agenda climática, a ABNT também liderou a elaboração do primeiro documento normativo para a demonstração de neutralidade de carbono e o mais recente que valoriza o manejo florestal sustentável, feito por indústrias do setor madeireiro para extração seletiva de árvores, com a sistematização do processo de rastreabilidade.

O Brasil também é o primeiro país do mundo a ter norma ESG, que abriu um novo capítulo para as organizações que pretendem adequar-se aos seus principais conceitos, proporcionando um direcionamento inicial para começar essa jornada.

Todas essas iniciativas demonstram a importância da participação brasileira nos principais fóruns de normalização mundial. Para o país ser competitivo é essencial que normas brasileiras sejam incorporadas às normas internacionais e regionais.

Como parte do trabalho de cooperação que já vem sendo realizado, a ABNT será anfitriã da reunião anual da Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas – COPANT, que acontecerá de 29 de abril a 1 de maio de 2024, em Maceió. O encontro reforça a colaboração da Normalização no desenvolvimento de temas de extrema relevância que impactam na vida das pessoas.

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