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| MARCOS CARNAÚBA * A violência em Alagoas remonta ao ano de 1565, quando meus primos caetés comeram o bispo dom Pero Fernandes Sardinha cuja nau que o levava a Portugal naufragou na costa alagoana. Comeram também, isso a história não conta, os demais passageiros e tripulantes inominados que somavam cerca de 80 pessoas, daí começando o escondimento de fatos relevantes ocorridos nessa bendita terra, ora carente de homens probos e dispostos ao enfrentamento de males que nos atemorizam sob o calar ou conivência de tantos. Portugueses criaram os engenhos de açúcar movidos a escravos de várias origens, até a invasão dos holandeses que dispersaram os proprietários de embriões das usinas de hoje. Calabar se aliou aos portugueses para enfrentamento dos novos invasores da Terra Brasilis, depois se juntou aos holandeses sob o ideal de preservar a liberdade dos brasileiros que espanhóis e portugueses escravizavam, e foi enforcado e esquartejado pelos portugueses sob a pecha de traidor, no ano de 1635. Ganga Zumba criou o Quilombo dos Palmares para abrigar cerca de vinte mil negros fugidios posteriormente chefiados por Zumbi, capturado em 1694 pelo sanguinário paulista Domingos Jorge Velho e degolado em Recife no ano seguinte. Alagoas continuou sob violências ao longo de séculos tendo como autoridades os senhores de engenho, e os coronéis sem patentes que tudo podiam inclusive se aliar a Virgulino Lampião de quem eram amigos e coiteiros. Não parou por aí a violência em Alagoas, o que demonstra a história de crimes bárbaros cometidos, quase sempre, em defesa da honra ou de terras cujas cercas eram demarcadas no grito até encontrar um valente que defendesse a sua posse. Há uma grande diferença entre os tempos atuais e os de outrora. A honra acabou! Hoje recursos públicos são roubados descaradamente, processos são engavetados, os atrevidos denunciantes são assassinados, ou arquivos vivos são queimados. Riquezas imensas surgem do nada, e em nada dá mesmo quando externadas com ostentação e soberba. Vendo isso no dia-a-dia, a juventude se prostitui, vira soldado do tráfico de drogas ou assalta na busca do mesmo enriquecimento rápido de tantos. Nosso estado só terá solução quando os mudos falarem, os surdos ouvirem, os cegos verem e a sociedade omissa se rebelar contra os tão poucos que nos envergonham e maculam a nossa terra. Mesmo assim, bem-vindo a Alagoas e seja o que Deus quiser! (*) É engenheiro consultor.

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