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terça-feira, 29/07/2025 | Ano | Nº 6020
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O sinal do cavalo que subiu no telhado .

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Quer se surpreender?

Então ouça a música “Águas Nativas” do álbum Coração de Gaúcho, de João de Almeida Neto... uma singela homenagem ao bom povo do Rio Grande do Sul, que enfrenta o maior desafio de toda a sua história.

Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes palestras sobre Filosofia no Cotidiano.

- Desafie a sabedoria convencional ... aprenda a desaprender tudo o que te ensinaram na vida até hoje... com o intuito de alargar o seu conhecimento e reagir ao desconhecido e inesperado com a sabedoria dos mestres mais preparados para enfrentá-los.

Eu aprendi com o professor Rubem Alves um conceito do Zen Budismo, chamado de Koan, também citado pelo Fernando Gabeira num texto sobre a recente tragédia no Rio Grande do Sul.

O link entre os ensinamentos do escritor e as palavras do intelectual surgiu depois que vi na TV as inacreditáveis cenas de um cavalo... o Caramelo... em cima de um telhado, em Canoas-RS, solitariamente ilhado pelas águas da enchente que tem assolado o Rio Grande nos últimos dias.

A imagem do cavalo em pé no telhado, por um bom tempo, aguardando pelo resgate, viralizou mundialmente e se transformou na metáfora dos tempos modernos.

Tempos de terríveis mudanças climáticas, onde uma onda de calor recorde provoca a alta das águas dos mares e o transbordamento em cidades densamente povoadas.

Aprendi, em uma das últimas palestras do Rubem Alves, que um Koan é composto por narrativas de fatos fabulosos que subvertem a lógica de todo o conhecimento humano, com aspectos não acessíveis à razão.

Os mestres Zen Budistas utilizam os Koans não como instrumento de ensino e aprendizagem, mas de desaprendizagem, para que possamos esquecer o que sabemos, a fim de abrir a nossa mente para que possamos ver o que, de outro modo convencional, não conseguiríamos ver nunca.

Dias antes da tragédia no Sul, nem os políticos, nem os técnicos e nem a mídia davam conta antecipada dos riscos iminentes de tamanho desastre, porque quase sempre estão ocupados procurando o futuro escrito no passado.

Um cavalo que sobe no telhado é sinal de uma mexida brusca na lógica de como vemos as coisas, a exemplo dos melhores Koans que desafiam o senso comum.

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