Opinião
Mata atl�ntica

| LUCIANO B. DE CARVALHO * A Mata Atlântica foi a segunda maior floresta tropical do Brasil e tinha, até o século 19, 1.300.000 Km² (15% do nosso território). Ocupando 17 Estados (RS, SC, PA, SP, RJ, ES, MG, MS, GO, BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE e PI), ultrapassava nossas fronteiras indo até o Paraguai e a Argentina. Atualmente ocupa uma área de 95.000 Km² (7,3% do tamanho original). A destruição da floresta atlântica para construção de cidades, plantações, pastos, mineração e alimentar com lenha as indústrias da época foram uns dos maiores crimes ambientais do mundo, pois na área onde existia a floresta, diminuíram as chuvas, secaram nascentes, aumentou a temperatura e principalmente houve uma ampliação das áreas secas do interior do Brasil. Atualmente existem poucas áreas de floresta contínua e sim remanescentes, fragmentos ou ilhas de mata atlântica. Ainda hoje, nesses remanescentes, é a mais rica floresta em espécies animais e vegetais do planeta (1.600.000 espécies animais e 10.000 vegetais). Em Alagoas, a mata atlântica original cobria 52% de nosso território (aproximadamente 15.000 Km²), abrangendo 61 municípios. Hoje só existe cerca de 5% dessa área e praticamente em encostas e grotas que, por serem de difícil acesso e não se prestarem para a agricultura extensiva, foram preservadas. A área original abrangia toda a área costeira adentrando para o interior e chegando até onde hoje situa-se parte dos municípios de Palmeira dos Índios, Arapiraca e Igaci. Hoje, devido à supressão da floresta provocando o aumento da temperatura e o conseqüente avanço da Caatinga esses três municípios estão no agreste alagoano. Em nosso Estado existem aproximadamente 200.000 hectares (2.076,45 Km²) de fragmentos de mata atlântica e ecossistemas associados (mangues, restingas e brejos) protegidos em unidades de conservação (UC) sendo assim distribuídas: 17 públicas (federais, estaduais e municipais). 10 particulares, as chamadas Reservas Particulares do Patrimônio Natural RPPN, sendo: 3 estaduais e 7 federais. Atualmente estão protocoladas no Instituto do Meio Ambiente IMA 23 processos de certificação de RPPNs. Apesar de toda essa destruição da floresta atlântica, Alagoas é um dos Estados que mais avança na recuperação desse importante conjunto de ecossistemas, principalmente com um arrojado projeto de reflorestamento e educação ambiental capitaneado pelas usinas alagoanas. (*) É engenheiro agrônomo.