Opinião
As emo��es n�o contidas

| MILTON HÊNIO * Se analisarmos com cuidado todos os fatores geradores de emoções desagradáveis que estão presentes na vida do homem civilizado do nosso século, vemos que são numerosissimos. Noites mal dormidas, preocupações com a sobrevivência, problemas familiares, no ambiente de trabalho, fazem do homem moderno um constante estressado. Sem falar no trânsito que é, atualmente, o grande fator de exploração das emoções dos brasileiros. Conseguir atravessar com serenidade e bom humor os obstáculos inevitáveis da existência não é apenas um ideal de vida, mas uma necessidade imperiosa para quem não quer abrir falência de uma empresa que se chama viver. Vemos todos os dias através da televisão cenas terríveis decorrentes da falta de controle emocional: carros dirigidos por sujeitos embriagados atropelando e matando pessoas, motoristas que discutem porque o carro esbarrou no outro e até matam como vimos ultimamente. Se essas pessoas mantivessem a cabeça fria, tivessem um equilíbrio emocional e ético, não passariam a sofrer tanto depois desses fatos. Processos, inimizades e perda da paz de espírito, sempre surgem como conseqüência da perda desse desequilíbrio emocional. O que nos entristece é que isso tem se tornado uma rotina que se repete a cada dia. Vimos que o progresso com todo o seu conforto cobra um preço muito alto pelas pessoas nervosas. São tantos os fatores que afetam a vida do homem em uma sociedade civilizada que este sente-se confuso e perdido. O grande problema de hoje é a incompetência que muitos indivíduos possuem para se opor à tensão emocional. Uma grande soma de aborrecimentos e preocupações surgem em decorrência da falta de controle. Por falta de controle emocional o indivíduo pode ser levado a proferir palavras ofensivas na fila de um banco, dando aulas na faculdade, diante da própria esposa e dos filhos por algo que o aborrece. O ódio é a mais destruidora das emoções. Pode prejudicar a pessoa odiada, mas freqüentemente destrói aquele que odeia, porque o sujeito que odeia não tem paz de espírito. As más emoções provocam tanto cansaço quanto um trabalho árduo. O apóstolo São Paulo já dizia há mais de 2000 anos: ?Aprendi a viver sempre alegre em toda e qualquer situação?. Para o nosso organismo funcionar bem, é absolutamente necessário que tenhamos paz interior. A vida é um desafio. Devemos entender a dimensão desse desafio que nos é oferecido todos os dias: o de sabermos viver a vida com alegria e sermos instrumentos de paz num mundo conturbado por todos os lados. (*) É médico. ([email protected])