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sexta-feira, 21/03/2025 | Ano | Nº 5928
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DOM EDVALDO G. AMARAL * Aos meus caríssimos leitores da GAZETA –mais do que 25, espero... – comunico que, por determinação pontifícia, estou deixando o governo pastoral da Arquidiocese de Maceió em força do cânon 401 ?§ 1o, que determina que, ao completar 75 anos de idade, o bispo é convidado a pedir ao papa a renúncia ao ofício pastoral que vinha exercendo. Assim sendo, em data de 25 de abril, um mês antes de completar os 75 anos, apresentei meu pedido ao santo padre, solicitando ao mesmo tempo a graça de ter um mês de prazo para organizar minha saída da Arquidiocese. A aceitação da minha renúncia foi divulgada na última quarta-feira, dia 3 de julho, festa de São Tomé, data em que dom José Carlos Melo, até aquela data arcebispo coadjutor, automa-ticamente assumiu como Metropolita o pastoreiro de nossa Arquidiocese. A Casa Dom Bosco se constitui o capítulo final de minha vocação salesiana de amor à juventude pobre e abandonada, como fez dom Bosco e queria para seus filhos. E isso devo a Alagoas, que me fez recuperar meu carisma salesiano. Com a aprovação do sr. arcebispo metropolitano, continuarei à frente da Fundação João Paulo II, como mantenedora da Casa Dom Bosco, para angariar cada dia os meios de que ela precisa para sobreviver, exclusivamente da caridade de nossos benfeitores. Posso agora dizer com o Apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2 Tim, 4, 7). Sempre, como jurei a mim mesmo, no início de meu episcopado, inspirado na 1a epístola a Timóteo, 2, 7: “Na fé e na verdade”. Termino minha missão de bispo da Igreja de Jesus nesta terra, que o papa me deu para ser pastor. Desde os 58 anos de idade, aqui trabalhei, aqui gastei todas as minhas energias – restam poucas – sem pensar em mais nada. “Sou pastor!” – disse a vocês naquela tarde de 12 de janeiro de 1986, e pastor procurei ser. Pastor de todos, pobres e ricos, sábios e iletrados, humildes e poderosos. Pastor para anunciar o Evangelho de Jesus “na fé e na verdade”. Pastor e Pai com meus filhos padres, que são pastores com o pastor diocesano. Pastor para os queridos diáconos, as religiosas, os seminaristas e os leigos, sobretudo os engajados na pastoral diocesana, preciosas forças da ação evangelizadora e catequética da Igreja de Maceió. Minha saudação de despedida às autoridades de meu Estado adotivo e aos comunicadores da imprensa, do rádio e da televisão de nossa terra. A Virgem Santa, Senhora dos Prazeres, que é a mesma Virgem do Carmo da infância do meu Recife, para o qual volto, como voltam as baleias para morrerem na praia onde nasceram, me acompanhe neste final de minha peregrinação terrena. (*) É ARCEBISPO EMÉRITO DE MACEIÓ

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