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quinta-feira, 08/05/2025 | Ano | Nº 5962
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O sofrimento do povo nordestino .

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A seca persegue o nordestino de forma impiedosa, há séculos. O Polígono das Secas representa uma das regiões mais pobres do Brasil e o Nordeste tem 62% de seu território localizado nessa área.

O homem nordestino já vive acostumado a olhar constantemente para o céu na esperança de que surja alguma nuvem mais escura trazendo chuva. Pois bem, de repente, ela chegou de forma intensa, enchendo os açudes, alagando os campos, arrastando animais, “lambendo” de forma voraz o arvoredo, invadindo as ruas e entrando pelas casas das cidades ribeirinhas. Lembrei-me, então, dos versos do famoso poeta alagoano Jorge de Lima, que, quando menino assistia o rio Mundaú, bem cheio, em sua inesquecível União dos Palmares: “Quando o rio entra na rua, as salas serão banheiros. e a professora fechará a escola. E o rio cresceu e lá se foi a almofada velha e rodou com o canoeiro”. Foi isso o que aconteceu em várias cidades do Nordeste atualmente.

Os Nordestinos, que vem historicamente resistindo a situações como seca, fome, abandono e tatas outras dificuldades, não se costumam abalar facilmente, mas vão à luta. O povo Nordestino, gente boa e simples, é um povo orgulhoso de sua luta, natureza e resistência.

Assistimos pela televisão as cenas dolorosas causadas pelo excesso da Seca no Nordeste e os prejuízos causados aos animais e a população daquelas regiões pitorescas e que tanto mudou a natureza. A população nordestina tem direito a pressionar: passam fome, frio, não têm casa para morar. Querem sorrir, ter esperança, viver. São frutos do abandono dos políticos e das atitudes intempestivas do planeta. Massas de pobres constrangidos são obrigados a partir, deixando para trás a terrinha querida à procura de um lugar onde possam viver com dignidade. A sorte é que eles têm muita fé em Deus e não desesperam nunca. Chegam à conclusão de que não há nada o que possam fazer e que os fatos acontecerão teimosamente, mesmo sem o consentimento deles. Em algumas ruas de nossa cidade encontramos pedintes, tangidos pela seca e também pelas chuvas. Lembrei-me agora do grande poeta Judas Isgorogota quando diz: “Vocês não queiram mal aos que vêm de longe/Rasgados, famintos de dar compaixão/Com os olhos na terra, os rostos queimados/pisando saudades calcadas no chão”.

Que Deus os proteja, dando-lhes sempre momentos de felicidade, paz e alegria de viver.

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